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Se a Rua Beale Falasse: Barry Jenkins retoma a questão do preconceito racial com um olhar mais poético

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Baseado no romance de James Baldwin, Se a Rua Beale Falasse carrega no brilho no olhar de Barry Jenkins. O diretor de Moonlight, é um estilista visual arrebatador, mas também um grande contador de histórias de intensidade emocional forte! Jenkins mergulha nas profundezas de seus personagens e traz as telas com um olhar silencioso e intimista, em histórias de cunho social.

Com o apoio competente do diretor de fotografia James Laxton,  o filme é lindamente filmado! A linguagem de câmera junto com a fotografia é completamente envolvente, transportando o espectador para dentro da tela. O romance de  Tish (KiKi Layne), de 19 anos, e Fonny (Stephan James), de 22 anos, é filmado em muitos closes, como se o mundo desacelerasse, quando se olham um para o outro. A emoção do primeiro amor é único e as expressões tanto da estética quanto dos atores é de uma poesia que abrilhanta os olhos! Desde o silêncio do olhar ao toque generoso das mãos dadas. Aliás, KiKi Layne e Stephan James trazem leveza à trama com ótimas atuações. Amigos desde pequenos, o romance deles nasce no fim da adolescência, se tornando assim inseparáveis.

Se Beale Street Poderia Falar avança e retrocede em sua cronologia, longe de ser um romance idílico. A trilha sonora com toque de jazz acalenta esse romance arrebatador, que é interrompido, por questões raciais, numa época, onde a cor da pele era (e ainda é, infelizmente) um fato para culpar pessoas por erros que não lhes pertenciam.

O preconceito racial é abordado em tom de romance, mesmo com todo o drama existente. Jenkins conta a história pelo olhar apaixonado de Tish, que faz de tudo para salvar o homem da sua vida e pai do seu filho. Em Se a Rua Beale Falasse, Barry Jenkins retoma a questão do preconceito racial com um olhar mais poético. A obra que teve três indicações ao Globo De Ouro e deu o premio à Regina King restaura o amor, romântico e familiar, sua santidade – uma ambição que o torna uma das histórias de amor mais distintas na memória recente com uma fatia superlativa do realismo social dos anos 70.

 

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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