- Publicidade -

Albertina Carri apresenta a pluralidade do prazer feminino

Publicado em:

Após passar por festivais, road movie erótico da cineasta argentina Albertina Carri é um exercício cinematográfico que busca encontrar uma maneira de capturar em imagens todo o simbolismo do plural prazer feminino.

A sinopse de As Filhas do Fogo explica, resumidamente, o enredo da seguinte forma: três mulheres de meia-idade insatisfeitas com suas vidas se encontram por acaso longe de suas casas e acabam iniciando um relacionamento poliamoroso livre as amarras e pressões sociais, o que faz com que elas iniciem uma jornada de libertação de outras mulheres pelo caminho. No entanto, a trama deste road movie erótico argentino vai muito além disso. Trata-se de um estudo – que, às vezes, beira o alegórico – sobre a união de corpos em uma experiência hedonista na qual os objetivos primários das personagens são menos interessantes e importantes do que a nova busca por liberdade.

Dirigido por Albertina Carri, o longa tem como seu ponto de partida a decisão de uma cineasta, após voltar da Antártica, de produzir um filme pornográfico. Mas, o projeto é mais ambicioso que isso, uma vez que a questão apresentada pelo roteiro é sobre como representar a pluralidade do prazer feminino sem objetificar os corpos, mesmo que não intencionalmente. Neste aspecto, o longa assume um tom um tanto quanto metalinguístico, pois o espectador percebe facilmente a preocupação imagética de Carri, que sempre busca ir além da simples representação visual ou tateável. Além disso, a diretora também acerta ao entender que, talvez, suas perguntas não tenham uma resposta objetiva.

Com isso, o longa – que chamou a atenção no circuito de festivais – se torna quase uma incursão experimental no erotismo que visa tentar encontrar um forma de representar toda a sacralidade do sexo, sua sensorialidade e a confluência de energia sexual criada pelo ato. E, apesar da possibilidade quase ínfima de encontrar uma resposta, a narração da cineasta mantém as indagações vivas ao longo do filme, como uma espécie de exercício de curiosidade, tanto para a diretora, quanto para as personagens e para o público, o qual, por outro lado, pode estranhar um pouco o viés metafórico da produção, permeada por cenas que aparentam ser desconectadas do plot do longa, mas estão lá por um motivo.

Assim, “As Filhas do Fogo” é um filme curioso – em todos os sentidos -, ambicioso, porém auto consciente e ganha pontos por isso, além de ser um interessante exercício cinematográfico. Talvez, o único “problema” seja a presença de personagens que entram na trama apenas para cumprir funções específicas – o que parece ainda mais desnecessário quando o elenco conta com nomes como o da estrela argentina Érica Riva, que recebeu vários prêmios e nomeações internacionais pelo hit movie “Relatos Selvagens”, indicado a Melhor Filme Estrangeiro no Oscar de 2015. No entanto, isso não diminui as qualidades do longa, cujo viés curioso tem tudo para atiçar a curiosidade do público também.

 

Mais Notícias

Nossas Redes

2,459FansGostar
216SeguidoresSeguir
125InscritosInscrever
3.870 Seguidores
Seguir
- Publicidade -