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Madonna se reinventa em álbum que proclama por diversidade de gêneros e culturas

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Por Claudio Verdugo

Madonna retornou ao mercado musical com seu 14° álbum de inéditas, sucedendo o “Rebel Heart”(2015). Segundo a própria em entrevista para a Apple Music este é um álbum global.

Os três últimos lançamentos da rainha do pop seguiram tendências do mercado, Madonna se aliou a muitos produtores que estavam fazendo sucesso na época e artistas que estavam em alta naquele momento, resultando em discos extremamente comerciais. Isto também acontece em “Madame X” com a presença de Maluma, Anitta e Swae Lee, mas de uma forma mais estruturada e coesa. O alter ego que a rainha criou é muito bem construído para todas as multi facetas de “Madame X”, a personagem que Madonna interpreta aqui é segundo a própria “uma agente secreta viajando ao redor do mundo. Trocando de identidades. Lutando por liberdade. Trazendo luz à lugares escuros. Ela é uma dançarina. Uma mestre. Uma chefe de estado. Uma dona de casa. Uma equestre. Uma prisioneira. Uma estudante. Uma mãe. Uma filha. Uma professora. Uma freira. Uma cantora. Uma santa. Uma prostituta. Uma espiã na casa do amor. “Eu sou Madame X” diz ela, em entrevista à Rolling Stone.

“Madame X” talvez seja seu melhor disco desde a era “Confessions” (2006), ela retorna muito mais plural, política e militante, tudo isto se deve a sua estadia em Portugal, que foi a principal influência para a sonoridade do disco que vai do fado ao funk. O principal produtor é o francês e amigo de longa data Mirwais Ahmadzaï e esta parceria tem tudo haver já que Mirwais também colaborou no explosivo e também político “American Life” (2003). São 15 faixas em sua versão Deluxe, os temas aqui tratados vão desde o controle da política de armas a intolerância religiosa.

Aqui destaco as faixas que mais me chamaram atenção. Um dos pontos altos está na faixa dance “God Control” onde ela canta sobre a necessidade da proteção da politica de armas nos EUA, essa facilmente poderia se encaixar no contexto do Brasil atual. Em “Killers who are partying” ela canta um fado com influências eletrônicas numa clara mensagem contra a intolerância, já na primeira estrofe ela canta “Eu serei gay, se os gays forem queimados, eu serei a África, se a África for destruída, eu serei pobre, se os pobres forem humilhados e eu serei uma criança, se as crianças forem exploradas”, também podemos ver a rainha cantando alguns trechos em português no refrão. A faixa “Batuka” faz uma conexão Lisboa e Cabo Verde, é uma parceria com a Orquestra de Batukadeiras de Portugal, mistura ritmos africanos com música eletrônica. “Crazy” também é uma excelente faixa, aqui vemos um amor não compreendido, com muitos versos em português também. “Extreme Ocident” talvez seja a irmã de “Killers Who are Partying”, aqui ela se diz em uma crise de identidade, e também contém versos em português onde ela conclama “Aquilo que mais magoa é que eu não estava perdida”.

“Faz Gostoso” é a parceria de Madonna e a nossa popstar conterrânea Anitta, uma faixa super divertida, onde a rainha se arrisca e canta a maior parte do tempo em português, essa canção é um funk lusitano da cantora Blaya, a faixa foi um sucesso em Portugal e chamou a atenção da rainha, que logo convidou a Anitta para regrava-la por intermédio de seu fotógrafo Mert Alas, que também faz trabalhos para Anitta, o resultado é um funk com muito groove e batidas eletrônicas e até alguns elementos de samba ao final, tem tudo para ser um hit nas pistas brasileiras.

“I Rise” é a faixa que encerra o disco, a canção começa de forma lenta e ao chegar ao refrão vai crescendo de forma progressiva, fala sobre vencer dificuldades, ser resistente e resiliente em momentos difíceis, um verdadeiro hino sobre se reinventar, ótima escolha para encerramento do disco.

O ouvinte pode esperar um disco muito plural e diverso, muitas sonoridades e composições muito pessoais que falam dos últimos anos de Madonna em Portugal e sua percepção quanto a temas contemporâneos. Este, sem dúvidas, é um disco muito experimental e ousado, não é um álbum que vai lhe deixar na superfície dos últimos lançamentos da música Pop promovido por artistas dos tempos de hoje, em “Madame X” ,  Madonna se reinventa mais uma vez e ousou em misturar uma diversidade de gêneros e culturas. Há muita influência do produtor francês Mirwais Ahmadzaï, que já tem como marca sonora o uso de muito auto tune e canções experimentais, a voz robótica e as intervenções eletrônicas já são sua marca, e Madonna foi certeira em repetir sua colaboração com ele visto que o mesmo produziu “American Life” (2003), dois álbuns que são definidos como irmãos pela própria cantora.

 

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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