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A Serra Pelada, de Sebastião Salgado, ganha vida em exposição em SP

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O fotojornalista Sebastião Salgado, embaixador da Boa Vontade da UNICEF e membro honorário da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos, tem as suas fotos sobre Serra Pelada, exibida em exposição em SP.

Nascido em 8 de fevereiro de 1944, em Aimorés, Minas Gerais, o economista, que depois de uma viagem de negócios para a África, em 1973,  decidiu se dedicar a carreira de fotografo, onde trabalha exclusivamente com um olhar apurado sobre o mundo. Desde paisagens, animais em extinção, tribos, sempre com muito cuidado em falar com os olhos. É assim que o artista conquistou o mundo, falando com os olhos. Seu olhar traduz a realidade na exposição “Gold – Mina de Ouro Serra Pelada” ,que conta com  56 fotografias, parte inédita, feitas por Sebastião Salgado na década de 1980 no garimpo de Serra Pelada, no sul do Pará.  O fotografo registra em preto e branco – uma de suas marcas – as pessoas cobertas de lama e suor arrastando os sacos de minério.

“Por uma década, ela evocou o El Dorado há muito prometido, mas, atualmente, essa corrida do ouro mais selvagem que o Brasil já teve se tornou apenas uma lenda, que permanece viva por meio de algumas lembranças felizes, muitos arrependimentos dolorosos”, comenta Salgado sobre Serra Pelada.

As imagens retratam o garimpo, que recebeu na década de 1980, dezenas de milhares de homens que transformaram uma serra de morros em uma enorme cratera. As suas fotografias contêm imediatismo as tornando essencialmente contemporâneas.

Para ele, a finalidade de seu trabalho é a de pensar o futuro do ser humano, é a de provocar a reflexão sobre a condição humana no novo milênio, é a de abrir a discussão com as novas gerações a respeito da vida na terra. O fotografo imortalizou a pobreza e a natureza selvagem, por suas lentes.

Autor de livros antológicos, como Trabalhadores (1996), Outras Américas (1999), Êxodos (2000) ou Gênesis (2013), Salgado acredita que a fotografia precisa se materializar, precisa ser impressa, vista, tocada, como quando os pais faziam antes com os álbuns de fotos de seus filhos.

“Espero que a pessoa que visita minhas exposições e a pessoa que sai delas não sejam as mesmas. Eu acredito que a pessoa média pode ajudar muito, não dando bens materiais, mas participando, fazendo parte da discussão, estando realmente preocupado com o que está acontecendo no mundo”, diz o fotógrafo.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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