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Livro “Nascer”, da fotógrafa Lela Beltrão, traz imagens potentes de partos humanizados

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Nascer, o segundo livro da fotógrafa Lela Beltrão, tem lançamento previsto para setembro pela editora Timo, durante o Siaparto (Simpósio Internacional de Atendimento ao Parto). Com imagens lindas de mais de 50 partos, o livro pretende mostrar a importância da mulher como protagonista deste momento tão especial e as consequências positivas que um parto vivenciado com respeito pode ter na vida do bebê e de toda a família. A publicação tem também uma função social, que amplia e despolariza o pensar sobre o nascer. Em fase final de gestação, Nascer está em campanha de financiamento coletivo, na plataforma Catarse.

O parto é um momento muito intenso e complexo na vida das mulheres, antes da amamentação e da criação dos filhos. Fotógrafa ativista, mãe de dois filhos, Lela Beltrão considera importante as futuras mães estarem à frente deste processo, buscando conhecimento, para que possam fazer as melhores opções. “Toda mulher deveria ter autonomia para escolher o parto que quer para si e essa escolha precisa ser respeitada”, diz Lela. Em 2013, depois do nascimento de sua primeira filha, ela conheceu o universo do parto humanizado e se encontrou, fotografando partos e estudando o tema.

A escolha dos 50 partos não foi fácil, tendo em vista que, em sua trajetória profissional, Lela já registrou imagens de mais de 100 partos humanizados. A seleção feita para o livro Nascer contém fotos de partos normais (com ou sem anestesia), cesáreas, ou em casas de parto, domicílios e hospitais. Em comum, todos foram acompanhados por equipes de parto humanizado, no qual a mulher é a protagonista do seu processo e, portanto, respeitada. O livro contém mais de 200 fotografias coloridas e preto e branco de mulheres que generosamente compartilharam seus momentos de intimidade e imensa alegria na formação de suas novas configurações familiares.

“Minha intenção é que as fotos sejam agentes de informação e de transformação. Acredito que é preciso desmistificar o parto humanizado, para mostrar a importância da atenção e do cuidado com a mãe e com o filho”, destaca Lela. No parto humanizado, as decisões da mulher são levadas mais em conta em relação a um parto convencional; há o mínimo necessário de intervenções médicas, sempre considerando a segurança e a saúde da mãe e do bebê.

As imagens do livro Nascer permitem visualizar mulheres diferentes em um mesmo momento do trabalho de parto. Durante uma contração, na banheira, com o suporte da doula, no período expulsivo, entre outros. Lado a lado, as imagens revelam algo que é comum a todas elas, uma similaridade no ser mulher e no parir, trazendo uma sensação de normalidade e naturalidade para o processo.

Segundo dados da Fundação Perseu Abramo, 25% das mulheres sofrem violência obstétrica no Brasil, como cesarianas sem indicação clínica, proibição à entrada de acompanhante, separação do bebê da mãe e outros procedimentos muitas vezes desnecessários. Nos hospitais particulares, a taxa de cesáreas é de 80%, enquanto a Organização Mundial de Saúde indica 15%.

Nesse contexto, há inclusive projetos de lei como o apresentado pela deputada Janaína Paschoal (PSL-SP), que autoriza a gestante usuária do Sistema Único de Saúde (SUS) a optar pelo parto cesariana a partir da 39ª semana de gestação, desencorajando assim o parto normal. O projeto, com votação prevista para agosto, divide entidades médicas. Posturas como esta acabam trazendo receios desnecessários em relação ao parto normal. Há também questões como a falta de paciência da equipe médica ou até mesmo a prática de agendamento apenas por conveniência. “As mulheres acabam tendo que optar entre uma cesárea e um parto normal com violência obstétrica. Na minha visão, as mulheres deveriam poder escolher, mas para isso, é preciso que tenham todas as opções. E neste caso, elas não têm opção”, destaca Lela.

Esses dados mostram a importância de olhar para a natureza de parir e a naturalidade deste processo. “O livro Nascer chega em um momento em que se debate a possibilidade de ampliar ainda mais a oferta de cesáreas às mulheres, por isso acredito que todo contraponto é importante. O nascimento é fisiológico, orgânico, e as imagens revelam isso. O livro Nascer pretende, por meio das imagens, incentivar as mulheres a pesquisarem, a se informarem e assim a se empoderarem do seu processo de parto”, diz Lela. Além das fotos, o livro conta com textos, frases e poesias de profissionais da área da humanização, como Alexandre Coimbra, Ana Cris Duarte, Daniela Leal, Naoli Vinaver e Carlos Gonzales.

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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