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“Normal” reestreia no Teatro Petra Gold

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“Um texto relevante neste atual momento do mundo, quando a sociedade julga determinados tipos de comportamento, sem se aprofundar em suas causas e sem perceber as consequências que os julgamentos precipitados ocasionam”, detalha Ricardo Soares, ator, produtor e idealizador da montagem de “Normal”, ao lado de Fifo Benicasa. “Normal” é uma das primeiras peças do autor escocês Anthony Neilson, reconhecido por questionar conceitos não convencionais da sociedade. Um espetáculo inspirado em fatos reais que apresenta uma exploração sombria e cômica dos últimos dias de vida de um dos mais famosos serial killers do século XX: Peter Kurten; mais conhecido como “o vampiro de Düsseldorf”. Com direção de Luiz Furlanetto, tradução de Alexandre Amorim e três atores no elenco (Fifo Benicasa, Ricardo Soares e Nara Monteiro), “Normal” levanta questões sobre o desajuste mental, a violência e suas origens.

“Falamos de uma história que apesar de ser retratada na Alemanha de 1931, é um reflexo da nossa sociedade atual”, pontua Furlanetto. “Conheci esse texto na CAL, num exercício da faculdade. Fiquei completamente fascinado e quis correr atrás dos direitos”, conta Ricardo. Na trama, o público acompanha o jovem advogado Justus Wehner (Fifo Benicasa) em suas investigações sobre Peter Kurten (Ricardo Soares), um serial Killer. Justus pretende provar ao júri que os assassinatos provocados por Kurten são conseqüência de um desajuste social. As descobertas sobre a família de Peter, sua mulher: Frau Kurten (Nara Monteiro) e suas vítimas montam um quebra cabeça que leva o espectador a repensar o ser humano em sociedade. “Fazer o Wehner é nos levar a refletir sobre a importância da família na criação do ser humano”, revela Fifo.

O processo para a elaboração do espetáculo está pautado na simplicidade e na criatividade. Foi estabelecido pela direção um clima Noir que permeia cenário (José Dias – Diretor de arte), figurino (Patrícia Tenius), trilha sonora original (João Schmid) e iluminação (Luiz Paulo Nenen). A trilha foi composta especialmente para peça, “são músicas instrumentais com atmosfera densa; toda ruidagem foi pensada e produzida com intuito de trazer mais força e dramaticidade para as cenas; algumas texturas transportam o público para um local ou situação especifica, como exemplo um parque de diversões e um abate cruel de porcos”, conta João Schmid. “Os elementos suspense, terror, loucura, nojo e repulsa muitas vezes se misturam com beleza e naturalidade, costurando as cenas e formando todo desenho sonoro”, finaliza.

“Diante de diversas tentativas de desmonte da cultura e educação, neste momento, ficou muito difícil encontrar empresas que se interessassem em investir num teatro que de alguma forma, vai além do entretenimento. Por este motivo, estamos realizando o espetáculo sem nenhum patrocínio”, pontua Ricardo. “Estamos encarando um cenário cultural em crise e faz-se tão urgente, como inevitável agir, resistir e persistir na coletividade. E nada mais coletivo, afetuoso e empático do que o fazer teatral”, pontua Elaine Moreira, produtora da CultConsult.

Serviço:
“Normal”
Teatro Petra Gold (Rua Conde de Bernadotte, nº 26, Leblon)
Temporada: de 25 de julho a 22 de agosto
Dias e horários: Quintas-feiras às 20h
Classificação indicativa: 14 anos

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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