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A metalinguagem aos olhos de Tarantino, em Era Uma Vez em… Hollywood

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A mais nova produção de Quentin Tarantino, Era uma Vez em … Hollywood, traz uma belíssima viagem no tempo, além de uma escancarada declaração de amor pela Sétima Arte. Embebido em metalinguagem, o filme que se passa entre as décadas de 60 e 70, leva as telas a história de amizade entre o ator frustrado Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) e do seu fiel dublê Cliff Booth (Brad Pitt), usado como pano de fundo  pelos trágicos eventos do verão de 1969, quando a Família Manson proclamou o fim do movimento “paz e amor” com uma série de assassinatos pela cidade de Los Angeles.

Ovacionado em Cannes,  Quentin Tarantino mantém intacta sua capacidade de entreter e de criar personagens memoráveis, na sua fábula, destruindo e reconstruído a ilusão, com falas elaboradas, violência e referências cinematográficas, o diretor deixa a sua marca (e o seu recado). Mas não tem tudo são flores, a história é de fato ótima, porém a produção faz uso de uma montagem  longa demais, sem necessidade (calma, calma!,querido leitor, o filme está longe de de ser ruim, porém tem seus altos e baixos). A narrativa guiada pelo personagem de DiCaprio (com uma atuação incrivelmente vazia, de um ser humano cheio de inseguranças profissionais) toma conta da tela, assim, logo construindo a relação com seu parceiro de cena com muito charme e carisma, também chamado de Brad Pitt.

Margo Robbie como Sharon Tate é a cereja do bolo na nova obra de Tarantino, em uma atuação imaculada! Com pequeno gestos, o diretor desmitifica o trabalho do ator em si, usando de artifícios naturais, como os óculos de grau e os pés sujos na cadeira da frente no cinema. Margo Robbie pode ter virado um simbolo sexual, mas aqui ela imprime (e representa) a inocência hollywoodiana. Usando de referencias de Cidade dos Anjos (1998), a Los Angeles dela é completamente romantizada, enquanto a de Dalton e Booth, é demarcada com precisão pelo diretor de fotografia, Robert Richardson. Assim como a fotografia, a direção de arte, os figurinos e a ambientação (e os carros!) são pontos altos da obra, tudo muito certeiro, rigoroso, pontual, Tarantino revisita o período em uma belíssima homenagem ao gênero Western, com muita delicadeza.

 

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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