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IT: Capítulo 2 – Continuação tenta transmitir complexidade do material original de Stephen King

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Imagine um livro denso, gigantescos e complexo, se conseguir imaginar vai estar pensando em It, a Coisa de Stephen King. Adaptar esse livro para o cinema é uma tarefa dura por vários elementos (tamanho do páginas, estilo narrativo e visual muito subjetivo), ainda assim aqui estamos com IT: Capítulo 2, o final da mais nova adaptação da obra de King. Após 27 anos, o palhaço maligno Pennywise retorna com sua fome por carne humana, portanto os Otários devem se reunir novamente e matar a criatura, como juraram fazer na infância.

O segundo filme é um bom complemento para o primeiro, e os dois funcionam muito bem como filmes isolados, porém está continuação é superior por trazer conteúdo fiéis a mídia escrita. Contudo é muito complicado explicar tudo apenas neste filme (já que o antecessor se eximiu de explicações sobre o palhaço), e mesmo assim existe a explicação de onde a criatura vem, por mais complexa que seja. Permita-me explicar tudo. O fato é que Pennywise é quase uma entidade cósmica que simboliza a destruição de toda Criação (como ele mesmo cita no longa: “Eu sou o Devorador de Mundos”), que tem como rival um ser chamado de A Tartaruga, que simboliza a criação. Portanto, explicar todo esse background é complexo mesmo, e o roteiro, de Gary Dauberman, consegue fazer um trabalho até aceitável, mas deixa de fora a explicação do porquê Pennywise escolhe a forma de palhaço e porque ele prefere crianças. Crianças tem medos mais tangíveis, físicos, diferentes dos adultos que possuem medos abstratos (como a morte, falência). O medo é que realmente alimenta Pennywise, a carne que ele devora é apenas um bônus, e por isso ele altera sua forma. Ele sente o medo de sua vítima e a devora quando está completamente afundada no pavor. Nada disso é explicado no filme.

A escolha do elenco um acerto claro, primeiro porque a maioria deles realmente se parecem com o elenco infantil, além de atuações tão boas quanto, exceto James McAvoy que entreva numa linha insana um tanto exagerada vez ou outra, mas que logo retorna ao eixo. Uma das genialidades do roteiro é ter transformado o personagem de McAvoy (Bill) em uma espécie de Stephen King dizendo que seus finais são péssimos, o que é verdade. O próprio final do livro de “IT, a Coisa” não lá essas coisas de genialidade. Além de referências ao livro, também existem ao filme de 1990, e até a outros filmes baseados nos livros de King. Falando no senhor Stephen, ele tem uma participação incrível no filme zoando a si mesmo, e provando ser até um ator decente.

Quanto a direção de Andy Muschietti é muito boa em sua fotografia nas transições entre linhas temporais, porém essas transições, apesar de bem filmadas, se tornam a barriga do filme porque ficam em um vai e volta de passado e presente, causando uma confusão temporal. A parte de desenvolvimento individual dos personagens também é muito arrastada, mas importante pra história, pois torna a relação entre eles real. Essa é a verdadeira qualidade na escrita de King, transmitir o sentimento dos personagens. E sentimos a dor, a união, o amor que o grupos dos Otários sentem. Afinal, quem nunca fez parte dos Otários?

Dizer que esta obra é superior que sua antecessora seria muito duro, já que as duas acabaram tornando-se obras distintas com finais distintos. Contudo, a nova versão conseguiu, mesmo que parcialmente, transmitir para o visual o que descrito como inominável no material original, este era o verdadeiro desafio do filme, e ele se saiu muito bem.

 

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