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O Pintassilgo

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Um tipo de narrativa literária é a de múltiplas camadas, e linhas temporárias. Você começa a linha onde há a conclusão da história, retrocede pra explicar os motivos e desenvolvimento dos personagens, dessa forma criando camadas de profundidade na história, sempre sob o risco de tornar a trama saturada e complexa. Este é o caso de O Pintassilgo. Após perder a mãe em um atentado a bomba no Museus Metropolitan de NY, Theo, rouba o quadro O Pintassilgo, e o guarda escondido como um tesouro. A história se segue com as mudanças contantes na vida do menino, e como elas construíram o seu eu adulto.

Baseado na obra homônima de Donna Tartt, a obra é um drama misturado com mistério e uma trama deverás interessante para um livro, no caso do filme, há uma saturação de informações. Como as linhas temporárias ficam alternando, se cria uma pequena confusão na mente do público, mesmo que nem seja tão confusa assim. É o típico filme que não funciona bem fora da sua mídia original, ele ainda tem muita narrativa de livro, e o espírito, não soa como uma adaptação bem feita. O protagonista é interpretado por dois atores, Oakes Fegley em sua versão jovem e Ansel Elgort na adulta. Ansel recebeu duras críticas quanto sua atuação por boa parte dos críticos internacionais, apesar dela nem estar tão ruim à esse ponto. O rapaz tem pouco tempo de tela comparado a sua versão mais nova, e o pouco que aparece é capaz de fazer uma história razoável, a culpa é muito mais do roteiro que de Ansel. O jovem Oakes fez um trabalho muito bom para um rapaz tão jovem, mostrando como Theo era muito fechado, muito e aos poucos foi relaxando e criando um charme irresistível de Ansel.

No elenco temos também Nicole Kidman, irreconhecível em um papel de uma mãe muito contida em suas emoções ao mesmo tempo que cheia de arrependimentos, e Jeffrey Wright que interpreta a figura paterna do protagonista. Também participa o astro da série Stranger Things, Finn Wolfhard, que faz o melhor amigo de Theo, Boris. Diferente da versão adulta de Boris, realizada por Aneurin Bernard, o personagem de Finn fala na atuação por se tornar uma figura caricata demais.

Visualmente é um lindo filme, com um tom muito melancólico e suave, a edição de áudio foi muito bem feita, pois a voz dos personagens é tão limpa que é agradável só de ouvir. Contudo, como muitas adaptações falhas, falta alma ao filme.

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