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Carta Registrada: Um conto sensível e angustiante sobre sexismo e religião

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Em uma sociedade amplamente patriarcal na qual as mulheres são sempre vistas à sombra dos homens, incapazes de tomar suas próprias decisões, deixando de vê-las como seres humanos tão capazes de independência e autonomia, quanto de vulnerabilidades que passam despercebidas, as mulheres  são subestimadas por seus colegas do sexo masculino que os percebem em meros papéis “funcionais”.

Na movimentada capital egípcia do Cairo, Hala apenas respira. Do lado de fora de seu apartamento, a vida das pessoas está constantemente avançando, mas ela está presa dentro de sua própria mente. Hala está lutando contra as pressões de ser uma nova mãe, ainda lamentando a morte de seu pai e lutando com pensamentos sombrios. A vida de Hala é lançada em um caos ainda maior quando seu marido é preso após problemas burocráticos. Um dia, ela encontra uma carta misteriosa que, quando aberta, oferece a ela uma nova perspectiva.

Hisham Saqr estreia na direção com um conto sensível e angustiante sobre uma jovem esposa e mãe emocionalmente frágil que precisa enfrentar os julgamentos de Jó quando seu marido é preso. Basma apela a suas reservas emocionais como esposa e mãe que lutam contra a depressão, retratando com naturalidade os atos heroicos exigidos de uma mulher, em uma performance sem palavras, ela convence a retratar uma mulher em declínio, uma figura sombria de alguém que parou de ver o sentido da vida.

Optando de forma sensível e corajosa por um estudo de personagens, em vez de declarações políticas, Saqr cria um filme sublime de uma jovem decadente no Egito dominado por homens. Focalizando a câmera em Hala durante a maior parte do tempo de execução, o filme parece mais interessado em acompanhar seus altos e baixos e seu estado mental complexo do que em contar uma história mais convencional que envolve o público com fogos de artifício dramáticos.

A estreia de Hisham Saqr marca uma estreia garantida por uma nova voz disposta a correr riscos raros no cinema egípcio.

 

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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