Nádia Figueiredo – Antes do álbum eu trabalhava em um projeto onde lia muito sobre as culturas de outros países, suas tradições e seus povos. Compunha músicas em outras línguas para homenagear uma determinada região, ou cantava em outro idioma músicas do século passado, como é o caso de “Im Nin’alu” que canto em hebraico e “Ochie Chernye” que canto em russo. Eu não fazia isso visando lucro, eu fazia porque foi a cultura que eu adquiri, foi um mergulho profundo na verdadeira “ARTE”, no meu verdadeiro “EU” como artista.

Esse trabalho nunca foi comercial, eu precisava me adaptar se quisesse lançar um disco. Então eu escolhi músicas que me tocavam e que soavam bem na minha voz, mas não deixei de dar um toque bem eclética cantando “Ochie Chernye”, por exemplo, que é uma canção folclórica russa de 1884, trabalhei em um arranjo super atual e moderno flamenco, junto ao grande violonista Fábio Nin. O álbum é um pequeno resumo da minha carreira, um desafio em usar a voz lírica e a voz popular no mesmo disco, cantar corretamente em outros idiomas e tornar tudo isso agradável aos ouvidos do grande público.