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Os Órfãos – Quando todas as tentativas dão errado

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Baseado na novela de Henry James, A Volta do Parafuso, o filme Os Órfãos conta a jornada de Kate (Mackenzie Davis) como tutora dos jovens Miles (Finn Wolfhard) e Flora (Brooklynn Prince). As duas crianças são órfãs de uma família poderosa, e vivem sozinhos na imensa propriedade com a governanta Sra. Grose (Barbara Marten). Tudo vai bem, até que Kate começa a ver figuras estranhas, além de descobrir que as crianças não são tão boas assim, principalmente o menino.

O primeiro fato a se considerar é que a novela de Henry James tem um ritmo muito devagar, até tedioso, que foi passado no filme de Floria Segismondi, alguns momentos é torturante a monotonia do longa. Contudo, Floria é muito boa com a câmera, e toda produção de cenário, é muito grandiosa. A câmera usa planos bem apertos nas cenas ao ar livres, e assim que eles entram em alguma construção o plano vai fechando. A trilha sonora de Nathan Barr é muito genérica, inclusive ela só serve pra causar sustos, em nenhum momento ela se faz memorável.

Todo o elenco feminino atua muito bem. Mackenzie Davis consegue com facilidade seus momentos de tortura, e ainda assim quando a personagem tenta ser agradável. A jovem Flora consegue transitar entre o fofo e o estranho, o que é bom para construção da personagem. O elo fraco é realmente Finn Wolfhard, pois parece que ele não tem uma amplitude de atuação, sendo o que menos convence do elenco.

O maior problema do filme é o roteiro. Henry James encheu sua escrita com referências psicanalíticas, e detalhes que possibilitam a imaginação e a especulação da história. No caso do roteiro de Chad e Carey Hayes, eles não foram capazes de adaptar a obra de uma forma mais dinâmica. E também falharam na parte gerar espaço para imaginação. O filme tem viradas de clímax que são muito decepcionantes, parece que a história nunca anda de verdade. Eles até tentam criar um ar mais surrealista, contudo fica muito forçado. A fotografia faz um uso constante do vermelho em quase todas as cenas, e dentro da psicologia das cores, o vermelho tem significado tanto de alerta quanto de agressão. Ou seja, sempre que a cor vermelho surge na tela algo deve acontecer, mas não acontece.

No fim das contas, o filme é uma adaptação que se mostrou incapaz de ter uma personalidade própria, o filme é muito esquecível, sonolento e decepcionante. Mesmo tendo pontos muito promissores.

Foto: divulgação Universal Pictures

 

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