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Aves de Rapina: Arlequina assume sua emancipação com estilo

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Quando o anúncio desse filme foi feito o primeiro pensamento seria: Outro Esquadrão Suicida, e usando a Margot Robbie como objeto sexual. Porém a própria Margot é uma das produtoras, o que muda muito. O filme, que é escrito e dirigido por mulheres, mistura a emancipação da Arlequina fora do relacionamento abusivo do Coringa e sua relação com o mundo.

Originalmente o grupo Aves de Rapina era formado pela Oráculo (que seria a Batgirl depois dos eventos do arco A Piada Mortal), Canário Negro e Caçadora (no filme representadas por Jurnee Smollett-Bell e Mary Elizabeth Winstead), posteriormente a formação mudou, acrescentando novos membros e sendo reformulado nos Novos 52.

Após terminar com o Coringa (Jared Leto),  Máscara Negra (Ewan McGregor) toma o poder como o grande chefão da máfia de Gotham. A medida que o longa se desenrola, Arlequina tem que proteger a jovem Cass (Ella Jay Basco), nesse processo ela conhece Canário, Caçadora e a detetive Montoya (Rosie Perez) que vão lutar contra o Máscara Negra.

A estética e a narrativa do filme lembram muito Esquadrão Suicida, desde a escolha de cores ao tom mais cômico. O que faz Aves de Rapina ser maravilhoso e Esquadrão Suicida continuar sendo uma porcaria é a história e como ela é contada. Escrito por Christina Hodson (que também foi roteirista de Bublebee), o roteiro do longa tem várias camadas de interpretação e de maturidade.

As interpretações merecem destaques pela questão feminista, pois todas as protagonistas tiveram a vida destruída por um homem, são ofuscadas por um ou são dependentes de um por desespero. Pouco a pouco elas vão superando todas essas relações, e de certa forma, dando o troco. Porque no fim das contas, elas só precisam de si mesmas, e uma das outras.

Aves de Rapina  é para maiores de dezesseis anos. Com palavreado chulo, fortes cenas de violência e abuso de substâncias, e também contexto sexual, o filme faz uso  da objetificação de Arlequina, à colocando como um símbolo sexual, além de transforma-la  em um rostinho bonito.

Em uma cena que Arlequina está quase sendo sequestrada, a análise superficial é a óbvia do sequestro e a mais densa é do abuso sexual. O roteiro trata esses temas, não só abuso de maneira intensa e real, e que pode ativar gatilhos em algumas pessoas. Mas aviso, que os agressores não ficam impunes, eles tem a justiça rápida de uma voadora na cara. Ao passo que as personagens não abrem mão da sensualidade, porque elas não precisam ser sexys para um homem, elas são porque elas são. Para não dizer que tudo são flores, o roteiro de Christina sofre, como vários filmes de Hollywood, ao achar que o público é burro. Ou seja, alguns elementos são mastigados, explicados demais, mesmo quando o público foi plenamente capaz de entender.

A direção de Cathy Yan é muito astuta ao se apropriar do que Esquadrão Suicida reutilizado algumas cenas, apenas para contexto narrativo. Yan não ousa muito na questão de câmera, contudo a produção de coreografia de ação vibra com a comédia mesmo com todas as camadas citadas no roteiro, alias muito bem representadas na forma que for possível para um filme de histórias em quadrinhos. Aves de Rapina é o filme mais maravilhosamente feminista que tudo que a Marvel Studios tentou ser, e já está na lista dos melhores filmes DC. O filme é engraçado, é cativante, e para as mulheres ele é mais do que necessário.

Foto: Divulgação Warner Bros.

 

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