O Grito: Reboot da versão americana do filme asiático, não agrada

Versão americana do filme asiático, baseado no clássico de terror japonês parte da premissa que os japoneses acreditam que se uma pessoa morre com ódio extremo, acaba criando uma maldição. A partir dai, esses fantasmas, cheios de rancor,  vão destruir qualquer um que os perturbar.

O filme começa no Japão, mostrando a casa amaldiçoada original, sendo que qualquer um que entrar nela será assombrado pelos seus fantasmas. Quando a personagem de Tara Westwood volta para os EUA, após ter entrado na casa, ela acaba levando a assombração para além mar e tornando seu próprio lar amaldiçoado. Essa é a ideia que o roteiro do filme se baseia, contudo essa situação é muito forçada, mediante a todo conhecimento de fantasmas já estabelecido. Se uma pessoa for amaldiçoada pela casa, essa maldição termina quando a pessoa morre e não acaba se transferindo para outro lugar. Esse é o maior problema do roteiro, ele não convence.

Apesar do roteiro de Nicolas Pesce ser pouco convincente em seu argumento, sua direção, sua maneira de filmar e criar atmosferas de tensão acabam por terra pelas as incoerências do roteiro. O diretor soube expor sua ideia de misturar linhas temporais onde várias pessoas foram assombradas, e explicando essa conexão de uma forma até bela. A fotografia faz uso de tons de luz sempre puxados pro amarelo ou pro vermelho, que acabam criando uma camada de escuridão e luz muito bem definidas. Pesce também soube balancear os sustos com uso de sangue e as cenas gore.

O elenco foi uma escolha bem acertada, que incluem atores conhecidos em papéis centrais, como Andrea Riseborough, John Cho e Lin Shaye (que teve extensa carreira na franquia de terror Sobrenatural). Talvez se o argumento do roteiro, a força motriz do filme, não fosse tão fraco e pouco convincente, este reboot poderia ter dado muito bem.

Foto: Divulgação/Sony Pictures