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Mostra “Silvio Tendler 70 anos” na Cinemateca do MAM-RJ

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Silvio Tendler é um observador do mundo que o cerca. Repensa e joga novas luzes sobre o passado, articula diversos cenários do presente que se constrói diante de seus olhos e também reflete sobre o futuro que se desenha para próximas gerações. Lapida biografias e examina temáticas que dialogam com um Brasil plural e contraditório, marcado por avanços e retrocessos.

A obra do cineasta Silvio Tendler constitui um dos pilares da história do documentário no Brasil. Silvio nasceu no Rio de Janeiro, em 1950. Foi um dos pioneiros do Movimento Cineclubista, chegando em 1968 a ser presidente da Federação de Cineclubes do Rio de Janeiro. O Movimento contribuiu de forma decisiva para que uma jovem geração de cinéfilos tivesse acesso ao cinema clássico e contemporâneo sem qualquer tipo de distribuição no circuito comercial.

No mesmo e simbólico 1968, Silvio iniciou a carreira no cinema como assistente de direção do curta “Fantasia para a ator e tv”, produzido pela Mapa Filmes, de Zelito Vianna, e dirigido por Paulo Alberto Monteiro de Barros, o Artur da Távola. Ainda em 1968, Silvio estreou como diretor num documentário sobre a Revolta da Chibata, cujo original infelizmente foi queimado pelo governo militar. Nos anos 70, Silvio amadureceu a convicção de documentarista a partir de duas experiências internacionais: a visita ao Chile de Salvador Allende e a dedicação aos estudos de cinema na França, onde conviveu com Chris Marker, Joris Ivens, Pierre Kast e Jean Rouch, mestres que nortearam a profícua obra do diretor brasileiro, hoje composta de de mais de 70 produções que incluem longas, médias, curtas e séries para a tevê.

 A forte capacidade de comunicação de seus filmes, levou o diretor à condição de documentarista brasileiro de maior sucesso de bilheteria. São dele as três maiores bilheterias do gênero no país: O Mundo Mágico dos Trapalhões (1 milhão e 800 mil espectadores), Jango (1 milhão de espectadores) e Anos JK (800 mil espectadores).

São filmes que passam pela trajetória de ex-presidentes, a vida de um expoente da Geografia Humana ou de um importante general vietnamita, a biografia de poetas e escritores de diferentes gerações, a luta de um médico e intelectual contra a fome no Brasil, o traço marcante de um dos mais brilhantes cartunistas do país. Examinam as utopias que pautaram o último século, as resistências à ditaduras, o uso indiscriminado de agrotóxicos, o processo de privatizações, o aumento crescente no número de cesarianas, a religiosidade no Brasil, a fotografia como meio de expressão da realidade, a arte e a cultura no Brasil profundo.

Este momento de celebração, em que se completam 50 anos de carreira e 70 de vida, coincide com tempos vertiginosos, de transições e travessias no campo da política e do comportamento. Portanto, celebrar um cineasta cujo currículo se volta para obras de cunho histórico e social torna-se ainda mais relevante para oferecer, através do cinema, ferramentas para a sociedade discutir rumos e perspectivas. Que viva Sílvio Tendler!

SERVIÇO
Mostra Silvio Tendler 70 anos
Local: Cinemateca do MAM-RJ
Data: 12 de março
Endereço: Av.Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo
Informações: (21)3883-5600

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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