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O oficial e o espião: Roman Polanski tenta se auto absolver de suas condenações

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Em meio a uma multidão de polêmicas, Roman Polanski consegue não só fazer, como ser premiado como melhor diretor no Cesar, premiação conhecida por ser o “Oscar” francês, por seu novo filme, J’accuse, ou como foi traduzido no Brasil, O oficial e o espião. A história é baseada em fatos reais e se passa no final do século XIX, com o julgamento de Alfred Dreyfus, um judeu que participava do exército francês e foi condenado a prisão perpétua no exílio por alta traição. Cético em relação as fracas provas contra Dreyfus, um militar recém-promovido, Georges Picquart, resolve investigar o caso e ir até o fim para provar uma inocência.

O filme é baseado em um livro escrito pelo jornalista Robert Harris e também em um artigo publicado por Emile Zola, que é, inclusive, muito homenageado na obra. Passando por toda a condenação de Dreyfus, as primeiras provas de sua inocência até seu segundo julgamento, anos depois, o filme realmente aproveita suas mais de duas horas, explicando como a politica antissemitista foi a culpada por condenar um homem que dedicou a vida ao exército francês apenas pelas suas crenças.

O filme tem uma fotografia e uma direção de arte que se encaixam milimetricamente na proposta exigida, principalmente pelo fato de que estamos observando o militarismo francês de dois séculos atrás, é visível que os planos foram cuidadosamente pensados para transmitir ordem e relações óbvias de quem está no comando e quem está sendo comandado. Com homens que se dizem defensores do povo fazendo parte de uma mentira política para poderem se defender de uma acusação mal feita.

Além disso, o roteiro, que também teve a participação de Harris em sua composição, é muito bem definido o seu começo, meio e fim. O primeiro que se inicia na primeira condenação de Dreyfus e termina no seu julgamento final que, por fim, leva ao seu perdão.

Entretanto, há uma certa tentativa do Polanski em meio a todo seu julgamento de tentar, por meio deste, se intitular inocente das diversas acusações que pairam sobre o diretor. É curioso que ele resolva contar uma história sobre um homem condenado injustamente enquanto ele se considera na mesma posição.

Infelizmente, mesmo que o filme seja tecnicamente bom, não se deve esquecer que foi feito por um homem que já foi condenado em mais de um país por abuso e pedofilia, já foi expulso do Oscar e recebeu um premio em meio a protestos de atrizes e diretoras da indústria francesa. Ou seja, não da pra negar o talento de Roman Polanski, mas é bom lembrar, antes de ver o filme, que ele foi dirigido por alguém que deveria estar na cadeia.

 

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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