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Sandra Kogut leva os reflexos da Lava Jato pelas diferenças sociais

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A cada verão, entre Natal e Ano Novo, Edgar e Marta recebem amigos e familiares em sua mansão à beira-mar. O local é gerenciado pela caseira Madalena, que trabalha há muitos anos com o casal. No entanto, após a grande festa de 2015, os proprietários não aparecem para a festa de 2016. O que teria acontecido com eles? O que acontece depois que a casa cai?

Com estrutura de comédia e drama, a diretora Sandra Kogut decide investigar a corrupção no Brasil, por um outro lado. Quando o patrão é preso, o que será dos trabalhadores dependentes daquele lugar? Em seu novo trabalho, a diretora Sandra Kogut vai além dos meandros policiais para retratar o reflexo da Lava-Jato no cotidiano da sociedade brasileira, mais exatamente em um núcleo familiar de classe alta e todos aqueles que orbitam ao seu redor.

Orquestrada pelas altas classes, transbordando até afetar um pequeno grupo de caseiros e faxineiras de uma mansão à beira mar onde Edgar (Otávio Müller) e Marta (Gisele Fróes) costumam passar o fim do ano. O resultado é um retrato preciso de a quantas anda a eterna divisão de classes no Brasil.

O fio condutor ao longo dos três anos é Madalena, a caseira que coordena a mansão da tal família, interpretada por Regina Casé. Alias, Três Verões depende completamente do talento de Casé para ganhar consistência. Ela é a alma e também a base do filme. Dona de um carisma inabalável capaz de produzir divertidas frases de efeito em profusão. Madalena, ou Madá, tem aquela desenvoltura típica de quem trabalha no mesmo lugar há um bom tempo, criando uma intimidade tipicamente brasileira com os patrões. Ao mesmo tempo, mantém o sonho da ascensão ao buscar um negócio próprio, que lhe traga a realização necessária.

O filme entrega elipses de um ano de distância, onde muito acontece sem ser mostrado. Perceber tais mudanças faz parte do jogo narrativo estabelecido com o espectador. Três Verões é um filme que se apropria da realidade brasileira para fazer um estudo microscópico sobre a falência de sua sociedade.

 

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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