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“A viagem de Cilka”, de Heather Morris, narra o Holocausto a partir de uma perspectiva feminina

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A prova de que, quando uma mulher precisa sobreviver, ela é capaz de lutar contra todas as probabilidades. Ou um testemunho potente de como a resiliência humana pode vencer a adversidade? “A viagem de Cilka”, lançamento da Editora Planeta, cabe bem nas duas definições.

A escritora neozelandesa Heather Morris mistura realidade e ficção, em seu segundo romance histórico publicado no Brasil, uma perspectiva feminina para um dos capítulos mais sombrios da humanidade, o Holocausto.

Com uma narrativa direta e objetiva, em que a reviravolta dá o tom de uma impressionante biografia de protagonismo feminino, “A viagem de Cilka” se coloca como uma história atemporal e universal. Ao retratar uma face pouco explorada do Holocausto – a rotina de repressão e violência das mulheres dentro dos campos a partir de uma perspectiva de gênero -, o livro oferece inúmeras e instigantes possibilidades de diálogo com a luta diária de milhares de mulheres por todo o mundo. Afinal, as mulheres de hoje podem não ter sua liberdade cerceada por oficiais nazistas, mas ainda se veem prisioneiras de diversas formas de opressão, e precisam superar a si mesmas todos os dias para sobreviver e ter sua voz ouvida.

Sequência do best-seller “O tatuador de Auschwitz”, o livro é inspirado na história real de Cecilia Kovachova, uma jovem de 16 anos que foi feita prisioneira no campo de concentração nazista de Auschwitz-Birkenau, durante a Segunda Guerra Mundial. Em sua obra, Heather Morris a transforma na personagem Cilka, um símbolo de luta feminina que já aparece no primeiro livro e agora ganha o posto de protagonista. Afinal, se a filósofa alemã Hannah Arendt estava certa quando disse que “toda dor pode ser suportada se sobre ela puder ser contada uma história”, a protagonista deste livro é uma prova potente da resiliência da mulher contra todas as probabilidades.

A memória como reduto da História – Se muito já foi dito e escrito sobre o cotidiano desumano dos “campos de trabalho” (como os nazistas os chamavam, em uma tentativa de suavizar o que eles de fato eram), “A viagem de Cilka” vem para mostrar que há sempre uma faceta desconhecida em todo fato histórico, e que, para fazer justiça à História com letra maiúscula, todas as histórias com letra minúscula são peças-chave. Neste caso, é a vida de uma menina no início de sua vida adulta, aprendendo dia após dia a sobreviver em um mundo de violências e injustiças.

Com seus cabelos compridos e vitalidade de adolescente, Cilka desperta a atenção dos nazistas por sua beleza, e por esse motivo é separada das demais mulheres pelo oficial nazista Schwarzhuber, comandante do campo. Mais tarde, ela descobre que o que lhe parecia uma vantagem era na verdade a porta de entrada para uma série de castigos físicos, trabalhos forçados, violências psicológicas e abuso sexual.

O sofrimento oculto das mulheres prisioneiras – Anos depois, Cilka é libertada de Auschwitz, mas é acusada pelo exército russo de colaborar com os nazistas. Então, tem início mais uma etapa de horror na vida da protagonista, pois ela é levada para outro campo de concentração tão ou mais brutal, conhecido como Vorkuta, no frio inóspito da Sibéria. Porém, se as circunstâncias colocam novamente a resistência de Cilka à prova, ela descobre mais uma vez como contorná-las. Ao fazer amizade com uma médica, ela passa a cuidar dos presos enfermos e é surpreendida com a oportunidade de conhecer o amor de sua vida.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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