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Marcelo Forlani fala da criação do Omelete e da CCXP de 2020

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Forlani fala das mudanças tecnológicas e como cultura é um instrumento educacional.

marcelo forlani omelete
Foto: Reprodução Internet

 Quando se fala em cultura Pop poucas marcas brasileiras são tão importantes quanto o Omelete, aliás, Marcelo Forlani é uma das principais cabeças desse grande produto, que tomou o gosto do público.

Criado nos anos 2000, a partir da sua paixão – e de toda a equipe – pela cultura Pop, o Omelete hoje abrange boa parte do mercado Pop. Em 2014, nasceu a Comic Con Experience (CCXP), um evento especializado em cultura pop.  Confira abaixo minha conversa com ele.

Você é sócio fundador de um dos principais portais do mundo Pop, desde a criação do Omelete até hoje, a sua visão de cultura mudou?
Marcelo Forlani – Humm, acho que muda um pouco, mas no sentido que antes eu apenas consumia, aliás, esse foi um dos motivos que fez a gente criar o Omelete. A equipe sempre consumia tudo aquilo, e queríamos que mais gente pudesse ter acesso ao mesmo tipo de conteúdo junto. E hoje, a gente, além de consumir, conseguimos influenciar outras pessoas, mas, acredito, que o meu papel muda. Fazendo parte de uma curadoria do que está saindo, mas acho que o Omelete sempre teve o papel de informar de uma maneira bem informal, mesmo.

 Você diria que o Omelete é formador de opinião?
Marcelo Forlani – Eu acho que sim, eu acho que a gente ajuda as pessoas. Antes de existir essa palavra digital influencer,  já fazíamos isso. A gente sempre procura trazer informação para as pessoas. Não só informar, mas também passar um pouco da nossa experiência.

 Você já trabalhou em rádio e na Editora Abril, como essas experiências profissionais te ajudaram na construção e administração do Omelete?
Marcelo Forlani – Na 89 FM foi meu primeiro emprego, eu era estagiário na área de promoção, eu fazia desde Rádio Escuta, que é acompanhar as outras rádios, para ver o que os concorrentes estavam fazendo, além de também ir para rua para colar adesivo em carro, acompanhar shows, isso durante mais ou menos um ano da minha vida. Depois eu comecei a escrever os textos de alguns locutores.

Em 1996, quando a internet tava começando a ficar forte aqui no Brasil eu fui trabalhar na área de manutenção de um site, além da redação, para depois ir para Editora Abril, onde eu cuidava do site da Abril jovem, no departamento de quadrinhos. Depois disso, eu ajudei na criação do portal da American Line aqui no Brasil, foi justamente nessa época que o Omelete foi criado, começo de 2000. Então, assim, as experiências fizeram parte. Além de achar que o próprio Omelete foi uma escola.

Vocês foram se adaptando ao longo do tempo, acredito que tiveram suas dificuldades.
Marcelo Forlani – Sim, com certeza, a gente brinca que podia ter começado alguns anos antes, na bolha da internet, ter ficado rico e falido, né, mas na verdade não aconteceu isso. Começamos o site, justamente, depois da bolha, então, a gente não conseguiu surfar essa onda ai, mas, como vimos que tinha um potencial muito grande ali de crescimento, a gente continuou investindo no Omelete como um segundo trabalho mesmo, durante a madrugada depois de um dia normal de trabalho em outro área.

Foi mais ou menos entre 2007 e 2008 que Omelete virou nossa fonte principal. E daí, venho várias mudanças inclusive na estrutura da empresa. No começo era só redação, hoje tem RH, financeiro, enfim, tudo o que uma empresa precisa.

Você acredita que as plataformas digitais, como streamings e podcasts, podem ajudar na construção de um formador de opinião?
Marcelo Forlani – Claro, claro! Com a internet hoje todo mundo pode ser um “Jornal Nacional”, um “Fantástico”, você consegue colocar suas opiniões, dar notícias, e tudo mais, seja numa rede social ou num podcast, então, sim, as pessoas tem hoje em dia, uma ferramenta muito poderosa nas mãos, né. Só que como a gente viu no gibi do Homem Aranha, “com grandes poderes, vem grandes responsabilidades”.

Aliás, você acredita que essas mudanças tecnológicas, ao longo do tempo poderão ser substituídas?
Marcelo Forlani – O tempo todo a gente está vendo a tecnologia evoluindo. Se você perceber a própria estrutura do Omelete, de quando começou para hoje, é bem diferente. Quando a internet 2.0 surgiu, começaram a surgir os comentários nos sites, depois vieram as redes sociais. O tempo todo a tecnologia está mudando. O tempo todo você tem que estar ligado no que está acontecendo, até para conseguir um público novo, diferente.

O próprio YouTube foi uma ferramenta muito importante para nós, porque enquanto o Omelete era só o site, o público era parecido com a gente, pessoas mais velhas de 25 a 35 anos. A partir do momento que começamos a fazer os vídeos, a gente começou a falar com um a galera mais jovem. Ajudou muito a rejuvenescer o nosso público, além de criar um público novo, se não iriamos estar restrito a um público que envelhece junto com a gente. Então, foi uma forma de trazer novos consumidores para o que faz.

Você acredita que a cultura é um instrumento educacional?
Marcelo Forlani – Sem dúvida! Não dá para imaginar um povo que não tenha interesse na leitura, no conhecimento, se desenvolvendo. A gente precisa disso! A gente precisa cada vez mais trabalhar para que mais pessoas se interessem pela leitura, seja pela ficção, seja pela história, seja vendo filmes, documentários, enfim, a gente tem o tempo todo a informação chegando e com a internet fica ainda mais fácil, mais acessível.

Se a gente não investir na cultura a gente está fadado a passar por uma fase muito complicada. Por isso é tão preocupante, quando a gente vê problemas para a administração de verba para a cultura. A gente precisa realmente trabalhar bastante para que tudo isso seja uma fonte de interesse dos governos e da população.

Foto: Reprodução Facebook

A CCXP tornou-se um braço do Omelete, e a cada ano, vem crescendo mais e mais. Como é gerir um evento desse tamanho e as principais dificuldades?
Marcelo Forlani – A CCXP é um evento 100% brasileiro baseado nas Comic Cons, criamamos uma convenção de cultura Pop usando muito da nossa bagagem, lembrando que o povo brasileiro tem necessidades diferentes.

A gente não está perto dos grandes centros, existe uma dificuldade de trazer pessoas de fora. É um trabalho feito durante o ano inteiro. Então, acabou um evento, a gente já se reúne para ver o que funcionou e o que não funcionou para já começar a produzir para o próximo ano.

Esse ano, por causa da pandemia, a CCXP será de forma virtual, mas não vai ser simples, não vai ser uma simples live. Vai ser interativo, divertido e, principalmente, seguro para todo mundo. A gente sabe da importância da CCXP e quer que seja, realmente, uma celebração, um momento de alegria para as pessoas. A gente quer que a comunidade esteja reunida mais uma vez. Em breve as novidades serão anunciadas.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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