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“Partida”, com Denise Stutz e Inez Viana, faz temporada on-line

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Partida
Foto: Rodrigo Menezes

Com realização do Sesc RJ, “Partida” estreia em 4 de junho no YouTube, com apresentações gratuitas de sexta a domingo, às 19h. A montagem segue em temporada de 4 a 27 de junho e integra o Arte em Cena.

O ano era 1999. Uma mulher de 74 anos foi ao teatro assistir ao espetáculo Partido, adaptação do Grupo Galpão para o romance “O Visconde Partido ao Meio”, do italiano Italo Calvino. Durante a apresentação, essa mulher tem uma epifania e decide escrever uma carta para o seu amante, um homem trinta anos mais jovem, terminando o relacionamento. A carta nunca foi enviada e ficou guardada por vinte anos, até que sua filha a encontrou em um caixa junto com outras lembranças da mãe. Essa carta real inspirou as atrizes Denise Stutz e Inez Viana a criarem o espetáculo “Partida”, com direção de Debora Lamm.

Com idealização de Denise Stutz, “Partida” tem dramaturgia de Inez Viana. Juntas em cena, Denise e Inez vivem artistas que vão criar uma peça, inspiradas pela tal carta nunca enviada. Elas estão na plateia de um teatro conversando sobre a montagem que almejam realizar. Na carta, a mulher escreve sobre seu relacionamento, angústias e desejos, entrelaçando a sua vida com os temas da obra de Italo Calvino, em uma mistura de realidade e dramaturgia, entre a sua vida com o amante e a vida do personagem do Visconde.

“Apesar de ser uma carta de amor, também fala de morte e incompletude. É muito poética”, diz Inez, que construiu a dramaturgia a partir da carta, de referências culturais do final dos anos 90 e da história do Visconde dividido ao meio por uma bala de canhão, criado por Calvino.

“A obra é uma alegoria sobre as dualidades do humano, com suas pulsões de vida e de morte. Sentimentos que foram despertados na mulher e provocaram o rompimento com o amado. “A peça levanta uma série de questões sobre essa mulher. Por que ela nunca enviou a carta? Em qual momento do espetáculo do Galpão ela decide terminar o seu relacionamento?”, conta Denise.

Aliás, a peça foi filmada no Espaço Cultural Sérgio Porto, no Rio de Janeiro. A montagem carrega uma metalinguagem acentuada, e opção por filmar a peça numa plateia de teatro com a câmera parada, sem cortes, faz alusão às inúmeras lives que surgiram no último ano por conta da pandemia da COVID-19. “O jogo entre elas, de escrever essa peça ao vivo, é mais arriscado, assim como o próprio teatro. Uma interseção entre o teatro e as lives, que é um forte retrato da nossa época”, diz a diretora Debora Lamm.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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