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Livro apresenta a obra múltipla de Jean Gillon

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Móveis do período moderno, tapeçarias únicas, projetos de interiores, cenografias para teatro e arte em diversos suportes marcam a trajetória profissional do imigrante naturalizado registrada no livro “Jean Gillon: artista-designer”, e também exposta em mostra no MCB.

O livro conta com prefácio assinado por Miriam Lerner, diretora do MCB, e foi realizado com recursos do ProAc, Programa de incentivo à cultura do Governo do Estado de São Paulo, com coordenação da Doble Cultura e patrocínio da Sorocaba Refrescos.

A apresentação em conjunto dos móveis e objetos em jacarandá do período moderno e das tapeçarias artísticas de temáticas tropicais, facetas mais conhecidas da produção de Jean Gillon, seria suficiente para surpreender o leitor. Nas artes, entretanto, ele produziu desde cedo e até o fim da vida, nos mais diversos suportes. Além disso, teve uma atuação que marcou época na arquitetura de interiores e na cenografia, mesmo antes de chegar ao Brasil. “Jean Gillon: artista-designer” traz retratos entrelaçados desse “artista-designer” múltiplo, que conta seu percurso criativo.

Publicado pela Editora Olhares, o livro tem organização de Graça Bueno, galerista da Passado Composto Século XX, que tem a guarda do acervo de Gillon e se debruçou sobre ele nos últimos anos para ligar os pontos de sua história. O lançamento marcou também a abertura de uma mostra paralela de Jean Gillon, incluindo móveis, tapeçarias, objetos, obras de arte, fotos e documentos dos acervos da família e da galeria. Aliás, ela complementa a exposição homônima do livro no MCB, também curada por Graça Bueno em parceria com a equipe do museu, inaugurada em junho e aberta ao público até dezembro.

Além do texto introdutório e de uma cronologia escritos por Graça, “Jean Gillon: artista-designer” conta com participações de Giancarlo Latorraca, Diretor Técnico do MCB e doutorando no programa de design da FAU USP, que repassa a vida profissional de Gillon e seus contextos diversos, com ênfase em sua produção de móveis para o mercado externo nos anos 60 e 70; e de Enock Sacramento, crítico de arte e amigo pessoal de Gillon, que analisa suas incursões artísticas em cada técnica.

O livro conta também, entre as mais de 400 imagens apresentadas, com ensaio fotográfico de Ruy Teixeira, que registrou móveis e tapeçarias em coleções particulares e fotografou a icônica poltrona jangada à beira mar para a capa.

Apesar de Gillon ser um nome sempre lembrado quando se apresenta o design nacional de móveis do período moderno, ainda não havia um trabalho de fôlego sobre sua contribuição naquele cenário. Além de reunir o principal de suas criações, “Jean Gillon: artista-designer” traz novas informações sobre o desenvolvimento deste importante patrimônio material brasileiro, desde a relação direta com as encomendas dos clientes de projetos de interiores nos anos 50 até o ciclo de exportações com valorização de aspectos da identidade brasileira nos anos 1960.

Gillon nasceu na Romênia, se iniciou nas artes ainda adolescente e deixou o país por causa da presença nazista na Segunda Guerra Mundial. Se estabeleceu em Israel, onde teve uma atuação relevante como artista, cenógrafo e arquiteto de interiores de meados dos anos 1940 a meados dos anos 1950, preservando muitos registros dessa época em seu acervo. Como muitos arquitetos e designers imigrantes, foi atraído pelos ecos da pioneira arquitetura moderna brasileira.

Desde o início no Brasil, teve uma carreira de destaque em projetos de interiores, como demonstra sua grande colaboração com a revista Casa e Jardim, com artigos, respostas a dúvidas de leitores e diversos projetos publicados.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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