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A Jaula: Chay Suade revela novas nuances em personagem controverso

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Quem é vilão dessa história?

A JaulaDirigido por João Wainer e escrito por Mariano Cohn e Gastón Duprat, A Jaula é um thriller psicológico inspirado no curta argentino 4×4 . Protagonizado por Chay Suede, um ladrão que se envolve em um jogo psicológico de gato e rato com um rico médico, o filme questiona até onde o cidadão pode ir atrás de vingança.

Era só mais um dia de roubo em São Paulo, o alvo é um carro de luxo. Tudo ocorre como previsto, Djalma (Chay Suade) entra no carro e rouba o que quer, mas quando está prestes a sair, percebe que foi trancado e não vai conseguir sair facilmente. Premissa interessante, né, é assim que o diretor segue durante 1 hora e 40 minutos num longa, que certamente, trará várias questões a serem discutidas. Agora a questão é: Quem é o vilão e quem é a vítima? Aliás, será que há vitimas  nessa história?

Com o passar das horas, o ladrão descobre que caiu numa armadilha arquitetada por um famoso médico (Alexandre Nero cheio de trejeitos do presidente Bolsonaro), com quem luta pela sua liberdade e sobrevivência.

A história é triste, mas tem tudo para ser real. A Jaula é um retrato angustiante, sádico e sufocante sobre como estamos a mercê da sociedade. Nem a lei nos protege. Aliás, quem a deve ser protegido?

O filme em momento lembra a premissa de Um dia de Fúria (1993), protagonizado por Michael Douglas. Em A Jaula, o personagem de Nero, por mais que tenha arquitetado essa armadilha há algum tempo, se baseia na revolta como determinadas questões são levadas em conta na nossa sociedade.

Com trilha sonora feita por MC Guime, TRIZ e Tropkillaz, o filme que fala sobre vingança, justiça e banalização da violência conta um roteiro criativo e original. Destaque para a atuação de Chay Suade. O ator humaniza a dor do bandido com sua versatilidade e eleva ainda mais sua carreira com personagens interessantes.

Alexandre Nero e Mariana Lima, na verdade, fazem apenas uma ponta, se assim posso dizer, a trama se passa praticamente dentro do carro, apelando para a reflexão de ambos os vilões da história. Aqui, não há personagens bonzinhos, é a realidade nua e crua, de um ser humano revoltado com a violência da cidade que o leva ao extremo. Além disso, somos deixados em gaiolas de nossos próprios medos, que nos fazem criar nossas próprias paranoias.  Fato é, A Jaula é um reflexo da sociedade em que vivemos, infelizmente.

 

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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