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Karol Conká faz as pazes com a vulnerabilidade, em novo disco

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Karol Conká
Foto: Jonathan Wolpert

Em fevereiro de 2021, Karol Conká era eliminada do “Big Brother Brasil” com uma rejeição recorde. Fora do programa, encontrou o julgamento implacável, o ódio e a agressividade de milhões de pessoas por sua conduta no jogo. O caminho que encontrou para enfrentar seus próprios demônios, os demônios de seus haters foi o mesmo ao qual recorre desde menina: a música. Dois meses depois da eliminação, em abril, entrou em estúdio   preparou as canções que agora aparecem reunidas em seu quarto álbum, “Urucum”.

O álbum reflete seu recolhimento, seu processo de cura. “Consegui fazer as pazes com a vulnerabilidade. Porque cresci pensando: “Sou mulher preta, não posso ser vulnerável”, conta.

Ao longo das 11 faixas de “Urucum”, Karol Conká expõe o que viu ao olhar para dentro de si, mas também para dentro das engrenagens da máquina de ódio que se ergueu fora dela. Sem rancor, sem autocomiseração, sem vingança.

Karol Conká conta, “Minha avó era baiana, sempre me senti conectada com a Bahia. Há muito tempo tinha vontade de trabalhar com um produtor baiano, e especialmente com o Rafa. A gente já conhecia o trabalho um do outro, a afinidade foi imediata. Muitas músicas eu fiz a letra na hora, improvisando sobre o que ele me mostrava”.

“Se sai” brinca com a baianidade da expressão (algo como “vá embora”) pra poder falar sério sobre a crueldade leviana de quem julga. Da voz de rua pra voz da consciência, Karol explora outras nuances de seu canto em “Mal nenhum”. Aliás, o álbum todo amplia as possibilidades vocais da cantora, que a cada canção parece investigar um novo terreno.

  Acordeon arrocha e Daft Punk se encontram em “Vejo bem”, canção sobre saber olhar suas experiências e crescer a partir delas. Já “Sossego”, que põe tamborzão de boca pra conversar com um dedilhado grave de violão, combina melancolia e assertividade de quem quer seguir em frente. A letra cruza existencialismo e ostentação (“Empilhando meu dinheiro/ Viajando o mundo inteiro”). Karol a classifica, de onda, como um “emo-trap-funk”.

“Slow” é o respiro de sensualidade de “Urucum”. “Por inteira” mantém o clima, mas agora mais romance. “Eu tô por inteira/ A semana inteira”, diz a letra.

Num disco que nasce da experiência de Karol no “Big Brother Brasil”, “Por inteira” é exceção. Ela é uma das três canções de “Urucum” feitas antes do programa. A segunda é “Subida”, composta no fim de 2020, quando não se imaginava o que seria a participação da cantora no programa.

A terceira música composta antes do “BBB” é “Louca e sagaz”, única do disco com produção de WC No Beat. Última faixa do álbum, ela faz uma ponte entre a Karol pré-BBB (presente nos versos desencanados de qualquer trauma, como “Sessão de hipnose com a minha raba”) e a Karol que virá (quando o ódio não for mais um assunto quente para ela). Até porque a essência se mantém: o equilíbrio entre loucura e sagacidade, que o tempo só faz refinar.

 

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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