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Mar de Dentro: Mônica Iozzi faz um retrato humanizado da maternidade

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Mar de DentroMais de uma década atrás, quando começou a pensar no longa que viria a ser Mar de Dentro, a diretora e corroteirista Dainara Toffoli foi questionada inúmeras vezes se a maternidade, em si, daria um filme. Agora, a maternidade real, não idealizada, ganha as telas. O filme atende a uma grande urgência de se falar sobre o assunto.

Em Mar de Dentro, Manuela é uma mulher independente e bem sucedida, que descobre uma gravidez não planejada. Ao se descobrir grávida de um colega de trabalho, tem de lidar com a transformação de seu corpo e sua vida. Em meio a tantos desafios, ela se defronta com uma fatalidade que afetará ainda mais seu destino. Quando o bebê nasce, ela tem de aprender a ser mãe mesmo sem gostar da maternidade. Agora, ela terá de aprender como ser mãe.

O equilíbrio entre força e doçura é uma das chaves da narrativa do longa. Ainda que a situação financeira de Manuela seja confortável, ao encarar a maternidade praticamente sozinha em uma cidade que mais isola do que une as pessoas, ela vive um processo crucial de autodescoberta.

Além disso, Mar de Dentro também discute questões relacionadas a vida profissional da mulher que acaba de ter um filho, ou o desejo e o prazer feminino. Mar de Dentro é um filme sobre mulheres para mulheres. É recompensador ver nas telas a temática sendo abordada com profundidade. O filme aflora questões sobre o lugar da mulher numa sociedade machista em meio a rotina. A diretor não romantiza a maternidade, Dainara Toffoli traz beleza ao assunto ao retratar a realidade nua e crua. Mar de Dentro se comunica perfeitamente com o sue publico.

Mar de Dentro traz um novo começo para Monica Iozzi, agora, atuando em um drama, pela primeira vez. Aliás, para a atriz, o fato de ser uma história que mostra uma mulher que vive uma situação limite a atraiu muito para o projeto, ela conta, “O primeiro ponto que me chamou a atenção é que a Manu não tem o perfil que estamos acostumados a ver das mulheres. Ela é uma mulher realmente que adora o trabalho, que é bem sucedida e muito exigente. Além disso, ela tem uma relação livre com um cara e está tudo bem com isso também. Então, me atraiu muito poder mostrar uma mulher assim com um olhar mais contemporâneo.”

Dainara, que assina o roteiro com Elaine Teixeira, acredita que há muita solidão e, até mesmo, um luto na maternidade. “Chegamos do hospital com um bebê no colo e uma dura e solitária rotina desaba sobre nossas cabeças. Para a sociedade, a mulher grávida ou com criança pequena é um certo fardo destituído de suas antigas capacidades. Assim, quando a mulher decide ter um filho, ela precisa saber que é uma rotina que vai enfrentar, na maior parte das vezes, sozinha. A licença paternidade é de cinco dias. Um bebê exige 24 horas de atenção. Ter um filho custa caro e não há uma rede de apoio. Quando vemos, estamos tentando dar conta de tudo e abrindo mão das nossas aspirações. Com tanta idealização, o que sobra para a mulher é cobrança, cansaço e um sentimento de culpa constante.”

 

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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