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A Felicidade das Coisas revela em gestos, frustrações familiares

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Premiada curta-metragista, Thais Fujinaga estreia na direção de longas.

A Felicidade das CoisasEm A Felicidade das Coisas, Paula (Patrícia Saravy) tem 40 anos e está grávida de seu terceiro filho. Com as crianças, ela se hospeda na modesta casa de veraneio que a família comprou há pouco, no litoral paulista, durante as férias escolares. Junto com ela, sua mãe (Magali Biff) tenta ajudar nas melhorias do imóvel, onde pretende construir a tão sonhada piscina, mas as coisas não se mostram muito favoráveis a esse sonho. Porém , ao mesmo tempo, seu filho adolescente está crescendo  e descobrindo um novo mundo na medida em que amadurece.

A Felicidade das Coisas aborda as lembranças da infância, ao mesmo tempo que o amadurecimento, em meio ao delicado momento que o Brasil vive. O longa nos aproxima de uma mulher e mãe que experimenta o fluxo de todas as coisas pelas quais ela ansiava, mas não podia ter. Através dela, o amor materno se revela, muitas vezes a colocando com  ressentimento e de culpa.

Paula luta contra as impossibilidades materiais como uma forma de escapar de suas frustrações e trazer alegria para a vida de sua família, unindo esforços no campo do consumo, para se realizar.

 A piscina de Paula tem um significado análogo para a personagem, seria o inicio de um sonho tão esperado, porém o desenho dessa família tem o intuito de faze-los se encontrar no mundo em que vivem. Enquanto alguns passam pela fase rebelde da adolescência, os adultos precisam lidar com fato que nem sempre é possível realizar sonhos.

O elenco tem papel fundamental nesse enredo familiar, o elo entre eles é de suma importância para o seu desenvolvimento. A Felicidade das Coisas é um trabalho conjunto entre direção e elenco.

Da maternidade sob pressão aos dilemas da vida, sejam eles adolescente ou sócio-políticos, A Felicidade das Coisas converte a dureza da vida em sensibilidade, com uma generosidade absurda do elenco em suas atuações. Além disso, os personagens de fácil identificação fazem do espectador um cúmplice de suas histórias. Aliás, o roteiro navega na melancolia e na esperança de cada personagem ao revelar suas faltas e frustrações.

A Felicidade das Coisas é um em um retrato de uma família de classe média baixa e a realidade brasileira atual. Longa foi premiado pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema, a Abraccine, na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo de 2021, além de também ganhar o prêmio de roteiro e atriz coadjuvante (Magali Biff), no FestCine Aruanda, também do ano passado.

 

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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