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“JP Move Repertório” faz circulação de espetáculos de dança

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Entre agosto e outubro deste ano, a companhia de dança JP Move realiza circulação dos espetáculos “Quora”, “Que Se Funk” e a performance “Desencaixe”, três dentre os muitos espetáculos de seu repertório.

Contemplada pelo edital FOCA, a cia. realizará o projeto “JP Move Repertório”, com 27 apresentações pelo Rio de Janeiro. A estreia acontece nos dias 20 e 21 de agosto, no Teatro Angel Vianna, no Centro Coreográfico do RJ, na Tijuca. Além disso, em paralelo às apresentações, consta na programação, lives com artistas oriundos de favelas da Zona Oeste para abordar o movimento da dança, em si, e o mercado de trabalho nessas regiões, além de cursos de danças urbanas oferecidos gratuitamente a alunos do 6º ao 9º ano de algumas escolas da rede pública de ensino.

Comemorando em paralelo os 24 anos de um trabalho artístico e social potente,  com a circulação dos trabalhos a companhia JP MOVE reforça seu viés social de facilitar às populações menos favorecidas o acesso à arte e ao entretenimento de qualidade.

Em “Quora” (2019 / 2020) é realizada uma investigação cênica que busca provocar a reflexão no espectador sobre o desmazelo ao estereotipar o outro, abordando os impactos culturais deste processo a partir das relações interpessoais e com o próprio individuo nos espaços urbanos. Já em “Que se Funk” (2013 / 2017) perpassa o movimento do ritmo e suas relações com a sociedade, bem como as conexões estabelecidas entre os indivíduos e os espaços da cidade. E, por fim, a ideia para “Desencaixe” (2017 / 2019) partiu de um comentário de Paulo Madureira no resumo do livro “Criatividade e Processos de Criação”, de Fayga Ostrower, de que o indivíduo desenvolve sua sensibilidade de acordo com o contexto social em que vive.

“Nossos espetáculos são, sobretudo, criados através das experiências pessoais. Normalmente trago temas atuais e começamos a ler livros, textos, artigos sobre o assunto. Também sugiro séries e filmes. Desenvolvemos uma linguagem corporal que traduza bem o assunto, mergulhamos profundamente em laboratórios de criações, experimentando músicas e dramaturgias que nos levem a um roteiro coerente, poético e afetivo”, sintetiza Michel Cordeiro, diretor artístico da companhia.

Mantendo uma linha de repertório cujo objetivo é evidenciar a miscelânea cultural que é o Rio de Janeiro através de recortes artísticos inspirados pelos bailes funk, charme e toda bossa musical carioca, o trabalho da companhia é sempre influenciado pelo contexto suburbano. Assim, as linhas de pesquisa que norteiam os espetáculos são baseadas nas tendências de moda, dialetos, musicalidade, dança e comportamento, contribuindo diretamente como uma vitrine artística para incentivar o público a consumir esses produtos locais.

Porém, como de costume nos projetos artísticos, os desafios são muitos. “Hoje o principal é conseguir manter um patrocínio em longo prazo, pois todos esses jovens têm compromisso financeiro dentro de casa. Quando seus salários não chegam em dia, acabam largando a dança para trabalhar em fast foods, lojas de shopping, serviços gerais em empresas, entre outros. E, dependendo da idade, ainda existe o perigo de serem atraídos por propostas de dinheiro fácil, como o tráfico e a prostituição. Hoje, trabalhamos duro dia a dia para manter contratos cada vez mais longos, e também conversamos com outras empresas na área de educação para conseguirmos outras possibilidades de empregos, como professores nessas instituições”, reforça Michel.

Por fim, também faz parte dos ideais da JP Move aflorar o senso crítico e despertar um olhar mais sensível a respeito das manifestações das favelas e do subúrbio como possibilidades de arte e profissão. “Além de festejar nossa arte e cultura, dentre outros assuntos que precisam ser debatidos também fazemos apontamentos de combate à preconceitos como o racismo, através da valorização do movimento black; a homofobia, quando os bailes quebram o pensamento sobre heteronormatividade; e à estética, invalidando os conceitos europeus de beleza. Assim, oferecemos voz e representatividade a tantos jovens dessas regiões economicamente comprometida”, ressalta o diretor artístico.

O que não faltam, aliás, são bons exemplos de crescimento e aprendizado de tantos jovens que tiveram suas vidas transformadas.

SERVIÇO:
“JP MOVE REPERTÓRIO ”
Datas: 20 e 21 de agosto – sábado e domingo
Local: Teatro Municipal Angel Vianna / Centro Coreográfico da Cidade do RJ ( Rua José Higino, 115 – Tijuca)
Ingressos pela Sympla
Classificação Indicativa: Livre
Duração: 60 minutos

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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