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“Encerramento do Amor”, baseado na obra de Clôture de l’Amour, no Espaço Tápias

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"Encerramento do Amor"
Foto: Henri Dos Anjos

Em circulação nacional, a versão brasiliense da obra Clôture de l’Amour, do premiado dramaturgo francês Pascal Rambert, “Encerramento do Amor” traz uma discussão em dois rounds, que precede o fim de um relacionamento com várias camadas de complexidade. O formato do texto propõe um exercício de escuta e de fala.

“Quem amamos quando amamos?” é a pergunta detonadora de Encerramento do Amor, dirigido por Diego Bresani, que neste mês de setembro chega ao Rio de Janeiro – desde abril está em circulação nacional, já tendo passado por Belo Horizonte, Salvador, São Paulo e Porto Alegre – para curta temporada no Espaço Tápias, na Barra da Tijuca. A peça do premiado dramaturgo francês Pascal Rambert traz uma conversa composta por dois monólogos que marcam o término de um relacionamento amoroso, “todo relacionamento longo tem suas camadas e complexidades, isso é evocado na nossa obra, mas fugindo aos clichês dos espetáculos que falam de relacionamentos”, ressalta o diretor. O formato do texto propõe um exercício de escuta e de fala.

A montagem que o público carioca vai assistir é a versão brasiliense da obra Clôture de l’Amour, de Pascal Rambert. Encenada pela primeira vez no Festival de Avignon em 2011, “Encerramento do Amor” recebeu o Grand Prix de Literature Dramatique 2012, assim como o prêmio de melhor autor no Palmarés du Théâtre 2013. Após a temporada francesa, surgiram diversas versões para diferentes culturas e línguas, Japão e Itália, por exemplo.

O desejo de montar uma versão brasiliense da obra veio da atriz Ada Luana, que via na ousadia do texto não somente um dos maiores desafios que enfrentaria como intérprete, mas também a potencialidade das relações humanas. “Tratar o tema de um amor que vive seus últimos suspiros diante do público, através de um duelo de palavras, me pareceu a melhor maneira de colocar em questão a nossa capacidade de escuta, de diálogo, de compreensão e acolhimento do outro”, comenta Ada. Questão essa que achou eloquência perfeita nos tempos que estamos vivendo hoje no atual contexto político-social.

A adaptação do texto para o Brasil trouxe desafios para além da tradução. “É um texto extremamente francês no sentido da palavra, na paixão que eles têm pela palavra, pela retórica. O que nos seduziu no texto foi justamente isso. São muitas páginas de texto sem nenhuma pontuação. Nosso desafio foi esse, pontuar e trabalhar o texto como a grande partitura que ele é. Descobrindo como ir criando cada pontuação durante o espetáculo”, explica Bresani.

A pesquisa do diretor e elenco se debruçou sobre o verbo e a escuta como elementos estruturantes na construção da narrativa e condução da expressividade no palco. O formato contemporâneo proposto pela encenação do texto francês – uma discussão que precede o fim de um relacionamento onde apenas uma pessoa fala ininterruptamente, em dois rounds separados por um breve número de sapateado – remete o espetáculo à uma intensa paisagem sonora. A distância entre os corpos no palco, a limpeza e simplicidade do figurino e da cenografia, e a iluminação fria, reforçam e conduzem o foco da experiência cênica ao trabalho dos atores, ao ato de falar e de ouvir.

“Encerramento do Amor” está em cartaz no Espaço Tápias acontecem nos dias 23, 24 e 25 de setembro, sexta e sábado, às 20h, e domingo às 19h, com ingressos gratuitos. A sessão de sexta-feira (23) será com intérprete de Libras.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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