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“Esperança na Revolta” reestreia com novo elenco no Teatro Chica Xavier

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"Esperança na Revolta"
Foto: Marcelo Reis

A guerra sob vários pontos de vista e em diversos contextos mundiais, será encenada no palco do Teatro Chica Xavier em “Esperança na Revolta”, um espetáculo visceral e reflexivo. Após um longo período de pausa por conta da pandemia, “Esperança na Revolta” retorna trazendo um novo elenco para compor a peça que recebeu três indicações ao Prêmio Shell de Teatro, vencendo o de melhor direção por André Lemos.

Demonstrando que a guerra não atinge apenas a alguns ou um determinado povo e sim como atinge a todos, em diferentes escalas. A partir de uma história sem fronteiras, que ultrapassa os limites geográficos e culturais do nosso país, o que está em jogo nesse espetáculo é o ser humano diante da violência de seu tempo e como ele reage ou sobrevive a isso.

A partir de diversas zonas de guerra, a peça apresenta uma perspectiva onde a realidade que se passa em países islâmicos, também acontece ao nosso lado e que isso precisa ser percebido. Afinal, a violência que atinge a população negra, especialmente a população periférica do Rio de Janeiro, é tão grave quanto a que atinge tantos outros lugares em diferentes partes do mundo em situação de guerra.

Com mais de trinta anos de experiência em artes cênicas, a atriz Cátia Costa, uma das artistas que compõem o elenco do espetáculo, ressalta um dos objetivos da peça. “É uma tentativa de demonstrar essas sensações de impotência, que vivem populações pretas dentro comunidade. Sabemos que a gente vive, desde o período colonial, dentro das perspectivas ligadas aos nossos ancestrais escravizados, uma perseguição e uma política de genocidio desses corpos”, frisa.

Essa é uma reflexão que se liga ao termo “necropolítica e biopoder” do filósofo camaronês Achille Mbembe. “É esse sentimento e essa impossibilidade de vida no entendimento de que a morte é o único caminho, de que a morte é uma sentença. A gente já nasce dentro desse contexto de ser sentenciado à morte, principalmente quando nascemos dentro dessas comunidades. Um exemplo dessa sensação que a peça traz é através do personagem Wesley, um jovem negro, que desde o início do espetáculo traz essa energia, esse medo que ronda, dessa impossibilidade ou impotência de sobreviver”, a atriz destaca.

“Esperança na Revolta” é capaz de fazer com que jovens, adultos, negros e negras que vivem em situação de guerra urbana na cidade do Rio de Janeiro possam se enxergar no palco. A montagem foi indicada em três categorias do Prêmio Shell de Teatro e Inovação, Música e Direção, sendo a primeira vez na história da premiação que um diretor negro foi laureado.

A partir de diversos personagens, esses atores contam, cantam, jogam, dançam, tocam e vivem narrativas de sobrevivência em meio ao caos. A música, aliás, é mais do que um elemento presente nessa montagem, é uma personagem que é executada ao vivo e que guia cada trama e seu contexto.

Esse espetáculo é realizado pela Confraria do Impossível, um coletivo artístico negro empresarial que intervém nas ruas, espaços culturais e transportes públicos na cidade do Rio de Janeiro desde 2009, visando o trabalho com a arte, a cultura e a educação como forma de reflexão, transformação, aprendizado e conscientização social.

Com estreia na sexta-feira (14), ficando em cartaz até 6 de novembro, sextas e sábados às 20h e domingos às 19h.  O Teatro Chica Xavier fica localizado no espaço cultural Terreiro Contemporâneo, na Rua Carlos de Carvalho, 53, Centro, próximo a Praça da Cruz Vermelha.

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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