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“A Filha da Virgem” no Teatro Alcione Araújo, no Centro

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"A Filha da Virgem"
Foto: Victor Hugo Cecatto

Com direção de Sandra Calaça e Leo Carnevale e supervisão de Luiz Carlos Vasconcelos, “A Filha da Virgem” é uma peça autobiográfica relembra episódios importantes da vida da atriz pernambucana, Wanderlucy Bezerra, com leveza.

“Em “A Filha da Virgem”, quero compartilhar a minha história de vida que também é a de tantas outras mulheres e homens (nordestinos ou não), que já passaram por abuso sexual, abandono de pais, bullying na infância, preconceitos em geral, mas, apesar de tudo e todos, lutam a cada dia para que suas cicatrizes da alma não apaguem seu brilho e força interior”, comenta a autora.

A atriz Wanderlucy Bezerra cresceu em uma cidade do interior de Pernambuco, com muito carinho das duas mães adotivas que teve, mas desde cedo conheceu as adversidades da vida: “pobre”, “nordestina”, “adotada”, “dentuça” e “feia” foram alguns dos muitos adjetivos recebidos na infância. Teve momentos de tristeza e depressão, mas nunca deixou de sonhar com dias melhores e em construir uma carreira de atriz. E é nessa mistura agridoce de uma vida de conquistas e adversidades que ela escreveu “A Filha da Virgem”, monólogo autobiográfico.

Radicada no Rio de Janeiro desde 2008, Wanderlucy sempre acreditou que sua história poderia virar uma peça pois representa a vida de muitas mulheres brasileiras. Uma de suas principais motivações ao escrever o espetáculo foi sensibilizar os pais e responsáveis sobre a responsabilidade de se educar uma criança e perceber os indícios de abusos na infância. Abandonada pelos pais biológicos, a atriz teve duas mães adotivas. Seu caráter foi construído com a educação rígida da sua segunda, uma mulher estéril, deixada pelo marido, manicure e criadora de porcos, mas que deu muito amor para essa única filha. Esses cuidados não foram suficientes para, naquele ambiente, evitar os abusos sofridos pela criança.

“Desejo alertar os pais, avós, tios, cuidadores de crianças e adolescentes para que tenham um olhar mais aguçado e percebam quando alguém está tendo um comportamento abusivo com elas. As crianças, muitas vezes, se sentem culpadas e não relatam ou nem percebem o abuso que sofrem”, comenta a autora.

 O espetáculo intercala cenas biográficas com danças, músicas e expressões populares que fizeram parte da vida de Wanderlucy Bezerra naquele ambiente rico da cultura popular nordestina. “Criamos um espetáculo diverso, que é costurado através das danças, histórias e músicas da cultura popular, para tratar de assuntos como xenofobia, violência sexual na infância, violência sexual com a mulher, pedofilia, aborto, adoção, gravidez, família, machismo, entre tantos outros”, reforça a diretora Sandra Calaça.

“O espetáculo fala de nós todos. Certamente, o público vai se identificar em algum momento, ou até mesmo vários. É uma história que abre portas para múltiplas discussões, por isso pretendemos convidar profissionais da área de psicologia, psiquiatria, psicanalistas, advogados, entre outros, para debates ao final das sessões”, completa o diretor Leo Carnevale.

 A peça faz uma única apresentação gratuita, no Teatro Alcione Araújo – Biblioteca Parque Estadual, no Centro do Rio, dia 07/12, às 15h, e contará com debate após a sessão. O espetáculo tem patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através do Edital Retomada Cultural RJ 2.

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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