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Roulien Boechat apresenta exposição “O Amargo do Açúcar” no CCC

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 A EntreArte apresenta exposição de Roulien Boechat, artista plástico autodidata, fotógrafo, historiador, com especialização em História do Brasil e da Arte, e designer de interiores.

Roulien Boechat apresenta a exposição “O Amargo do Açúcar”, onde traz personagens dos cabarés e bares luxuosos do Recôncavo Baiano dos senhores de engenho, pintados pelo artista no escuro, utilizando a luminotécnica.

A exposição traz obras do artista que retratam as personagens dos cabarés e bares luxuosos do Recôncavo Baiano, oriundas das memórias de sua avó, das histórias de Jorge Amado e de Gilberto Freyre, e dos comerciantes de escravos, que ganharam vida própria nas pinturas sobre lona, nas quais utiliza uma técnica mista, como betume, textura e tinta à base de água.

Uma das técnicas que Roulien aprendeu e foi desenvolvendo ao longo dos anos, educando sua visão, é pintar praticamente na penumbra, ou seja, quase no escuro, com uma luz amarela sempre de onde quer que venha a luz refletida. Por causa da faculdade de design, ele fez uma especialização em luminotécnica e foi estudando as cores quentes e frias. Essa técnica muda a percepção de quem está vendo, causa a sensação de que realmente está projetando um ambiente para a personagem.

Aliás, a inspiração para essa exposição veio quando Roulien fez uma pesquisa de campo e se interessou pelas leituras de Jorge Amado (‘No País do Carnaval’, entre outros) e Gilberto Freyre (‘Casa Grande e Senzala’). Sua avó era baiana, veio para o Rio carregando dois filhos, um deles seu pai, juntando as histórias que costumava ouvir dos dois, não só do cotidiano do Recôncavo Baiano, como de pessoas reais. Muitas amigas de sua avó eram brancas, e contavam que suas mães e avós vinham de Portugal, trazidas por comerciantes de escravos. No mesmo navio vinham órfãs portuguesas, comercializadas com os escravos, apesar de brancas, mas que viviam em orfanatos e vinham com o intuito de ‘servir’ ao senhor de engenho.

Essas meninas mal alcançavam a maioridade e já frequentavam os mais luxuosos lugares, como acompanhantes, pois para o homem branco e dono de terras, eram bonitas e magras, ao contrário de suas esposas, donas de casa. Muitas vezes vinham jovens garotos, também órfãos, com características femininas (como encomendado) e se passavam por meninas, todos vivendo nos cabarés e bares luxuosos. Ouvir essas histórias de sua avó inspirou muito o artista a escrever inclusive um livro, a ser publicado em breve, onde o prólogo será essa exposição, apresentando os personagens das pinturas, que servirão de ilustração.

A exposição pode ser visitada nas Galerias I e II do segundo andar, no Centro Cultural Correios RJ, a partir de 1º de dezembro de 2022, com curadoria de Carlos Bertão, design expográfico e iluminação de Alê Teixeira e produção da EntreArte Consultoria, até 28 de janeiro de 2023.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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