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Tubarão: Mar de Sangue repete clichês dos filmes do gênero

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Filme de terror envolvendo um tubarão assassino não é nenhuma novidade nos cinemas. Desde que Steven Spielberg, com seu Tubarão, tornou o bichano um elemento poderoso da cultura Pop, o peixão vem sendo frequentemente retratado nas telonas e nas telinhas como o grande pesadelo daqueles que se aventuram no mar de alguma forma. O mais novo lançamento nesse universo atende pelo nome de Tubarão: Mar de Sangue.

Tubarão: Mar de SangueNuma bela cidade praiana do México, um grupo de cinco amigos festejam aquela que deve ser a última férias deles juntos. Enquanto a tímida Nat (Holly Earl) curte um momento com o namorado Tom (Jack Trueman), os amigos Milly (Catherine Hannay), Tyler (Malachi Pullar-Latchman) e Greg (Thomas Flynn) estão mais a fim de zoação. Então, numa aposta, Nat é indicada para buscar mais cervejas pro grupo, e é quando encontra com um pedinte (Manuel Cauchi), que lhe conta ter perdido as pernas em um brutal ataque de um tubarão branco na costa. Impressionada, a jovem é resgatada por seus amigos, que, já cedo na manhã seguinte, decidem roubar dois jetskis e aproveitar as últimas horas no México. Porém, a imprudência juvenil fará com que o grupo fique ilhado em alto mar, incapazes de voltar para a costa, e sendo rondados por um faminto tubarão branco.

Uma das melhores coisas em Tubarão: Mar de Sangue é o fato de o longa ter apenas uma hora e vinte de duração, porque, honestamente, é um grande sofrimento esse filme. Ao escrever seu roteiro, Nick Saltrese mergulha (com o perdão do trocadilho) em uma grande piscina de clichês, sem oferecer absolutamente nada de novo e, pior, subestimando o espectador, considerando que nós simplesmente vamos aceitar as atitudes dos personagens sem questionar seus valores. O roteirista, com poucos trabalhos e de vários gêneros (de projetos seriados a longa religioso) claramente não sabe o que está fazendo, e, portanto, foi beber nos elementos lugar-comum desse tipo de filme, oferecendo ao filme um grupo de cinco personagens com os quais é impossível se conectar, seja por serem vazios demais, seja por não trazerem sequer uma motivação para nos conquistar.

Nesse mar revolto, sobre o tubarão, que é, ao menos, o elemento que funciona no filme de James Nunn, profissional que está em início de carreira enquanto diretor e está mais acostumado com filmes de ação. As cenas do tubarão mastigando o povo divertem e entretém, e são elas que nos fazem torcer pelo tubarão, no final das contas. Enquanto suspense e terror, ‘Tubarão: Mar de Sangue’ não acerta nem em um, nem em outro gênero, mas, para quem curte esse tipo de filme, é o pipocão bacana para passar tempo no ar-condicionado do cinema.

Janda Montenegro
Janda Montenegro
Escritora, roteirista, mestranda em Literatura Brasileira pela UFRJ, crítica de cinema, tradutora e revisora.

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