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O Pálido Olho Azul conta com roteiro fraco com estética gótica

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O Pálido Olho AzulInspirado na obra homônima de Louis Bayard, O Pálido Olho Azul trata da investigação realizada por Augustus Landor (Christian Bale) para descobrir a causa da morte de um cadete da Academia Militar dos Estados Unidos. Durante a investigação, Landor conhece um jovem aspirante a poeta chamado Edgar A. Poe (Harry Melling). Sim, o mesmo Edgar Allan Poe, criador de contos de mistério e horror como “O Poço e Pêndulo” e “A Máscara da Morte Rubra”, “O Corvo”, entre outros.

Em O Pálido Olho Azul, Landor e Poe são colocados de frente com um mistério mais sinistro do que poderiam imaginar, várias mortes conectadas pelo que parece ser magia das trevas. Aliás, não é a primeira vez que usam a figura de Allan Poe em um longa de mistério, em 2012 foi produzido o filme O Corvo com John Cusack e Luke Evans, aproveitando a onda de sucesso que Sherlock Holmes com Robert Downey Jr. criou.

Porém esta nova obra da Netflix parece por sua vez tentou surfar na onda gótica que tem feito bastante sucesso nos cinemas. Isso fica muito claro principalmente dentro da fotografia que faz muito uso do filtro azul. Aliás, o azul e o preto são as cores mais proeminentes na palheta do filme, assim mantendo ao máximo o ambiente gótico e mórbido. A noite tudo é escuridão, e os personagens orbitam os pontos de luz das velas. Fica patente que a direção de Scott Cooper tenta compensar o que falta em roteiro com fotografia.

Além disso, o roteiro é assinado pelo próprio diretor, Scott Cooper, e que por mais que possua bons elementos, é uma história sem impacto. Em termos de investigação, o roteiro conduz muito bem com as entrevistas preliminares e o surgimento de pistas à medida que Landor vai desenrolando o mistério. O brilho mesmo surge quando Harry Melling vem a cena como Alan Poe, cada linha de texto parece ser milimetricamente pensada para soar como o autor, até na morbidez que o próprio trazia.

Além disso, o longa quebra a impressão de que Poe era um recluso, quando na verdade era um boêmio inveterado, o filme consegue fazer pequenas referências a futuros trabalhos do poeta. O elenco de peso é outro fator crucial para manter o filme de pé, além do ganhador do Oscar, Christian Bale (em grande atuação), conta também com a presença de Toby Jones e Robert Duvall.

O que decepciona de fato é a maneira como a trama se fecha, não que seja sem sentido, contudo é uma resolução que não foi capaz de criar o choque que pretendia e nem é muito original. A necessidade de criar reviravoltas é uma faca de dois gumes em filmes como este. Esse é o caso de O Pálido Olho Azul, pois ao optar por deixar Allan Poe como protagonista, e não ponto central, se preserva a figura de mistério do autor, contudo não se dá a devida força e peso para Landor, que é o protagonista do filme.

O lançamento do filme não teve muita pompa por parte da Netflix, o que já poderia apontar que a própria produtora não tinha muita fé na obra, apostando tudo no elenco. Ainda que o roteiro seja fraco, os vários elementos que surgem como homenagem às obras de Edgar Allan Poe e o próprio Poe são divertidas para quem é fã deste mestre do horror.

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