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Batem à Porta: M. Night Shyamalan e suas múltiplas camadas

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M. Night ShyamalanCertos cineastas deixam sua marca na indústria cinematográfica, por conta do seu estilo de filmar, seja ele qual for. M. Night Shyamalan é, certamente, um deles. E justamente por isso geram uma enorme expectativa do público.

M. Night Shyamalan chocou todo mundo com O Sexto Sentido, em 1999, e depois com Corpo Fechado, em 2000, contudo podemos notar, após essas duas obras, certos sinais de uma assinatura que apenas se repete, e que não se reinventa aos longos dos anos. Ainda que Sinais, de 2002, ainda seja um dos filmes mais lembrados de M. Night, A Vila e A Dama na Água causaram um grande racha no público. E infelizmente, é necessário citar os filmes que foram um total fracasso, como O Último Mestre do Ar e Depois da Terra, que dão a sensação de que foram feitos apenas porque Shyamalan tinha contas pra pagar.

Agora o cineasta começa 2023 com seu novo longa, Batem à Porta, onde um casal gay e sua filha são mantidos presos por um quarteto misterioso que oferece à família uma proposta tenebrosa para impedir o fim do mundo. A primeira impressão do filme é que ele evoca a mesma energia de Sinais, menos pelo enredo e mais ainda pela fotografia. Aliás, toda parte técnica, tanto de imagem quanto de som, estão impecáveis.

Críticas aos roteiros de M. Night Shyamalan são sempre pertinentes e bem fundamentadas, porém é inegável a maestria deste diretor na construção de tensão e no domínio da câmera. Além disso, é necessário dizer que o elenco é fantástico em cena. Shyamalan une os atores Dave Bautista, Rupert Grint e Jonathan Groff em atuações criveis.

Além disso, podemos abordar as camadas de roteiro, porque este filme convida o espectador a uma reflexão totalmente intimista, no sentido que cada um vai ter uma visão do filme. A primeira camada, e a que fica clara até no pôster do filme, é que o quarteto de Bautista, Rupert, Nikki Amuka-Bird e Abby Quinn, representam os Cavaleiros do Apocalipse. O figurino deles inclusive traz as cores atribuídas a essas entidades bíblicas, são elas:  o vermelho da Guerra, o preto da Fome, o amarelo da Peste e o branco da Morte. Essa é a camada mais óbvia, mas não a mais interessante.

A direção constantemente vai adicionando pequenos fatos através de sons ou elementos de cenário, por exemplo, que permitem construir uma realidade que não necessariamente é a nossa. Exemplos não faltam como um chão de cascalho que faz som de madeira, ou uma porta trancada que não tem tranca, ou o casal que é totalmente dicotômico. Ou seja, aquela cabana não é uma cabana? Fica a questão entre tantas outras. Aliás, durante toda a projeção, o filme trata de entregar ao espectador, a seguinte pergunta: A humanidade merece ser salva?

Batem à Porta aposta demais no carisma dos atores para criar uma ligação com o público, essa ação funciona em alguns casos, como o de Bautista, mas não com o elenco inteiro. Todavia este longa se difere muito dos outros ao passo que também se assemelha. Quando Sexto Sentido fez sua marca com o famoso plot twist, todos quiseram rever o filme para capturar todos os signos que apontam a revelação final.  Da mesma forma, Batem à Porta é um filme que necessita ser visto mais de uma vez, porque, certamente, irá surpreender o espectador a cada visita, além e enriquecer a experiência que o longa propõe. Poderia dizer que Batem à Porta tem como objetivo o destino, mas, sim, a viagem!

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