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“Antígona”, com Andrea Beltrão, retorna ao Teatro Poeira

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"Antígona"Sucesso absoluto de público, com mais de 40 mil espectadores desde a estreia e vencedor do APCA de Melhor Atriz para Andrea Beltrão, em 2017, a peça “Antígona” retorna ao Teatro Poeira para uma curta temporada de 9 de março a 30 de abril. A montagem do texto de Sófocles, traduzido por Millôr Fernandes, tem dramaturgia assinada a quatro mãos por Andrea Beltrão e Amir Haddad, que assina também a direção.

Escrita por Sófocles há 2.500 anos, a história passada em Tebas fez tanto sucesso na época, que o público ateniense ofereceu ao autor o governo de Samos, uma das ilhas gregas. O espetáculo traz Andrea Beltrão como a personagem-título da trama – a jovem princesa que enfrenta a ordem do rei Creonte de deixar seu irmão, que lutou na guerra, sem sepultura. Mas ao contrário do autor original, que partiu do mito já conhecido para o teatro, parte-se do teatro para chegar ao mito que dá nome ao espetáculo. Ao desobedecer a determinação real, ela paga com a própria vida. É estabelecido, então, o confronto entre o Estado e o cidadão.

“Todos esses mitos que povoavam o imaginário grego, como Antígona, faziam parte do dia a dia do povo, funcionavam como um bem público”, analisa o diretor Amir Haddad, assinalando que, quando o teatro se estabeleceu, naquele tempo, como uma forma de expressão artística, todos já conheciam o que seria representado. “Sófocles se apoderou da história e escreveu esse texto. O que Andrea e eu fizemos foi partir das informações da peça para chegarmos ao mito.”

Aliás, na opinião da atriz, um texto clássico, como este, não é de interpretação complicada. As narrativas embaralham as emoções por ir direto ao coração, à memória, e aos sentimentos.

“Como um texto escrito há 2.500 anos pode falar exatamente sobre o que eu sinto agora? Não é a gente que lê o texto da tragédia grega, é a tragédia grega que lê a gente, por isso não precisamos ter medo de não entendê-la. Faz parte de nós, enriquece, questiona, exige que tentemos mais uma vez”, analisa.

Além disso, para ela e o diretor, essa montagem transpira atualidade gigantesca. “Fala da liberdade do cidadão diante do poder do Estado, e de como isso atinge a vida mais ancestral do ser humano”, observa Haddad. “A peça se dá nessa reflexão feita por ator e público sobre a história, por meio de uma excelente narradora, que é a Andrea”, completa.

Em diálogo com a plateia em ritmo acelerado, conectado ao movimento do mundo contemporâneo, a atriz se utiliza de recursos mínimos, como uma echarpe vermelha ou um casaco, para desenrolar a trama e, assim, ir povoando o palco com os personagens interpretados por ela mesma. Andrea os apresenta, quase que didaticamente, antes de representá-los, permitindo ao público adensar o seu conhecimento da história e traçar paralelos com a atualidade.

Igualmente, a cenografia apresenta linguagem moderna e reforça a atuação da artista entre os atos de narrar e representar este mito, em cenas que se desenvolvem diante de uma espécie de árvore genealógica, em forma de mural. Uma cadeira, uma escada, uma mesa e um amplificador para o som com microfone, complementam o cenário. A proposta é restaurar a força popular do teatro.

SERVIÇO
De 09 de Março a 30 de Abril de 2023
Local: TEATRO POEIRA (Rua São João Batista,104- Botafogo)
(quinta a sábado às 21h, domingo às 19h)
Duração: 60 minutos
Classificação Indicativa: 14 anos
Ingressos disponíveis no www.sympla.com ou na bilheteria do teatro.

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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