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Rama Pankararu visita rituais do povo Pankararu junto a questão social e política

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Por Flavia A Gomes – Rama Pankararu, filme de Pedro Sodré, se passa no sertão de Pernambuco, e conta uma das tantas histórias de invasões e violência nas terras indígenas. Logo após a eleição de 2018, um incêndio criminoso destrói a escola do povoado e Bia Pankararu, a protagonista, une forças junto aos moradores locais para arrecadar fundos para a reconstrução.

Rama PankararuA abertura e encerramento de Rama Pankararu acontecem através de música e belas imagens de rituais dos Pankararus, como a Toré, os Praiás, a Cansanção e a Corrida do Umbu, em meio a beleza local que é fotografada em planos que privilegiam as luzes douradas e o céu anil do sertão . Além disso, o reflexo no instrumento tocado por um dos músicos no momento inicial do filme, pontua o projeto ora ficcional, ora documental.

A partir de imagens poéticas visitamos o sertão pernambucano e nos tornamos íntimos da tradição do povo Pankararu, das frutas e comidas típicas, sem perder a atenção à questão social e política que é mesmo a razão de existir do filme.

Em Rama Pankararu, acompanhamos a visita de Paula, jornalista que viaja até a aldeia para fazer uma matéria sobre os incêndios e o descaso das autoridades com a violência praticada contra os índios. Em busca de dar voz aos Pankararus, Paula fotografa e entrevista membros da comunidade e termina por se envolver com Bia, num beijo que a meu ver destoa da temática principal, adicionando mais camadas a um roteiro demasiado descritivo e educacional.

A temática é relevante, no entanto, falta fluidez nos discursos e na montagem, além disso, vemos que há um peso na intenção obstinada de mostrar tantas facetas regionais e questões polêmicas. Por exemplo uma desmesura no clima de tensão, que sem propósito cresce durante a discussão entre as duas protagonistas acerca do fato de somente homens poderem vestir os Praiás, ou nas tantas vezes em que Bia sobe e desce da moto, tira e recoloca o capacete, solta e prende o cabelo.

O valor do filme, certamente, está na temática e no fazer conhecer uma história deveras relevante: da violência contra nossas nações indígenas e do descaso das autoridades e desprezo na investigação e punição dos responsáveis, que termina por dizimar o povo originário de nosso país, testemunhas vivas da nossa história.

Rama Pankararu foi exibido no Festival do Cinema Brasileiro de Paris em 2022 e também no Festival do Filme Brasileiro de Montreal.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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