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Beau Tem Medo, de Ari Aster, é um dos melhores filmes de 2023

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Ari Aster é, certamente, o cara da vez! Realizador de novos cults que estão entrando no gosto da garotada, como os filmes de terror Midsommar e Hereditário, Ari tem uma assinatura muito particular em seus filmes, tornando a vida de nós, críticos de cinema, bastante difícil, uma vez que suas histórias não se fecham em um único formato, nem em um único gênero, e não se desenvolvem linearmente. A partir desta semana o público brasileiro poderá conferir nas salas de cinema o mais novo lançamento desse curioso cineasta, o filme Beau Tem Medo.

 Ari AsterBeau (Joaquim Phoenix) é um homem que vive sozinho e tem medo de tudo. Ele compartilha suas impressões de mundo com seu terapeuta (Stephen McKinley Henderson), mas a real é que até mesmo sair e voltar para casa se torna um grande desafio para ele, uma vez que o local onde mora é barra pesada, cheio de ameaças em todas as esquinas. Diante de uma iminente viagem à casa de sua mãe (Patti LuPone) no dia seguinte, Beau começa a se sentir ansioso e troca sua medicação. Nesta mesma noite ele não consegue dormir por causa de barulho dos vizinhos, e, no dia seguinte, ao tentar sair de casa, suas chaves e sua mala são roubadas. Diante do inesperado da situação. Beau liga para avisar sua mãe do imprevisto, porém esse episódio trará inúmeras mudanças na vida de Beau, o que exigirá dele uma enorme capacidade de superação.

Em Beau Tem Medo, Ari Aster retoma seu antigo projeto que já foi curta-metragem em 2011 e também peça de teatro; entretanto, nesta adaptação cinematográfica a sensação é de que o realizador pegou os três projetos e os transformou em um único, sem basicamente cortar ou repensar nada, uma vez de que o filme tem 3 horas de duração – mas a bem da verdade, nem precisava de tudo isso.

Aliás, chega a ser difícil analisar profundamente Beau Tem Medo tendo visto o filme apenas uma única vez, o longa é desses que cada vez que você assiste você tem novas leituras daquilo que está vendo. Um pequeno detalhe pode mudar tudo! Além disso, é o tipo de filme que te faz refletir horas depois de sair da sala de cinema.

Fica evidente que somente o próprio Ari poderia dirigir esta produção. Escrito e dirigido pelo próprio Ari Aster, filme traz um Joaquim Phoenix excelente em cena, ao ponto de nos fazer pensar que somente ele conseguiria dar vida a esse personagem tão complexo na sua ausência de emoções e de reações, ainda mais vindo depois do grande sucesso como Coringa, fato é, ambos os personagens fazem um paralelo com a profundidade de seus traumas. Ambos os personagens são atravessados por questões psicológicas em seus âmagos.

Beau Tem Medo é um surto de filme. Com cenas surreais, personagens secundários grotescos, atitudes ilógicas e uma história que fará a festa de qualquer analista, Beau Tem Medo é um filme tão bom, que nos faz duvidar da nossa capacidade de compreendê-lo. Vai dividir opiniões, mas certamente será um dos mais originais da safra 2023.

 

Janda Montenegro
Janda Montenegro
Escritora, roteirista, mestranda em Literatura Brasileira pela UFRJ, crítica de cinema, tradutora e revisora.

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