O Ultimo ÔnibusEntre paisagens estonteantes e bucólicas, o road movie de Gilles MacKinnon leva o espectador em a jornada de amor perda e redenção de Tom Harper e a misteriosa mala que entra em cena logo no inicio e não sai mais. Aliás, o objeto é tão protagonista quanto Tom Harper em busca de redenção.

Timothy Spall entrega uma aula de atuação! Impecável do começo ao fim, o ator conta a história de Tom Harper através de seu olhar sensível, gentil e educado. Em um personagem cheio de camadas. Spall imprime em seu olhar uma  tristeza tão profunda capaz de levar o espectador para dentro da sua dor. Seu olhar cabisbaixo é ainda mais enaltecido quando Tom canta “Amazing Grace” em uma das cenas mais tocantes do longa.

O Ultimo Ônibus é um ato de gentileza, feito para o espectador refletir. Lindo pela a simplicidade de seu enredo, o longa conta uma história de amor, em meio a fragilidade de um homem de 90 anos. Além disso, o filme aborda as dificuldades da velhice e como ela se torna algo tão intimo e complementar ao corpo ao mesmo tempo. São os últimos momentos da vida de uma pessoa, nos quais ele faz uma das maiores odisseias da sua vida.

Cheio de camadas emocionais, O Ultimo Ônibus é aquele tipo de filme que envolve o espectador do começo ao fim. Mesmo com todas as dificuldades da velhice, Tom cumpre sua promessa como o último ato de sua vida. E o sol se abre e volta a iluminar a sua vida que estava sem cor.

Filmado em Glasgow e os seus arredores, boa parte da trama se passa no Glasgow Vintage Vehicle Trust. Aliás, o diretor MacKinnon conta que, ao ler o roteiro de Joe Ainsworth, adorou a ideia de um road movie protagonizado por um homem de 90 anos.

O elenco ainda inclui, além de Phyllis Logan, Ben Ewing, como Tom na juventude, e Natalie Mitson, como Mary jovem.