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“A Morte e a Donzela” no Teatro Cândido Mendes

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O que você faria se ninguém estivesse olhando? Essa é a premissa do espetáculo “A Morte e a Donzela”, clássico de Ariel Dorfman que promove o encontro de uma ex-prisioneira do regime militar com seu suposto torturador.

“A Morte e a Donzela”
Foto: Alexandra Arakawa

Idealizada pelo ator Diogo Savala e dirigida por Eduardo Milewicz,  peça tem o intuito de fazer com que o público saia do teatro se questione, “o que eu faria se estivesse no lugar dela?”. Estamos falando de uma mulher que foi torturada e violentada, e que se vê cara a cara com seu suposto algoz. A partir daí se desenvolve um debate político e psicológico sobre moralidade, justiça e humanidade, explica Diogo.

Em “A Morte e a Donzela”, o encontro entre Paula Sales, ex-prisioneira política, e seu suposto torturador desencadeia um emocionante cabo de guerra intelectual e emocional intermediado pelo advogado Geraldo Santos, marido de Paula e integrante da Comissão de Direitos Humanos. A peça explora os efeitos deixados pelo período de repressão nos indivíduos e sociedade.

A trama foi adaptada para mostrar as consequências da ditadura militar brasileira. Paula desenvolveu agorafobia e vive reclusa com seu marido, quando é surpreendida pela visita de um médico que faz ressurgir fantasmas de seu passado. Além de Diogo Savala, Rita Grego e Alexandre Galindo completam o elenco.

“Nós espelhamos na realidade brasileira pra mostrar que os criminosos não apenas ficaram livres e receberam anistia, mas continuaram com seus cargos no poder. Seja aqui ou no Chile (no texto original), a história e os métodos de controle e tortura são sempre os mesmos. É algo sistemático, institucionalizado”, reflete.

A produção ficou famosa pela adaptação cinematográfica de 1994, dirigida por Roman Polanski e estrelada por Sigourney Weaver e Ben Kingsley. Diferente da versão hollywoodiana, a peça aposta em uma forma diferente de retratar a “tortura”, instigando a plateia numa experiência sensorial e psicológica.

“Enquanto o filme mostra de forma explícita toda a brutalidade da tortura, utilizamos do psicológico e de recursos criativos do teatro para criar cenas não literais. Misturamos um trabalho de corpo e a música para criar uma representação mais simbólica, que fica no imaginário de quem assiste. Dessa forma, o público age de forma ativa, preenchendo as lacunas com seus próprios receios”, completo.

Serviço
“A Morte e a Donzela”
Local: Teatro Cândido Mendes (Endereço: R. Joana Angélica, 63, Ipanema)
Temporada: 04 de julho a 29 de agosto
Horário: Segundas e terças-feiras às 20h
Classificação: 16 anos
Ingressos: na bilheteria

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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