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Ocupação Noite das Estrelas no Conjunto de Favelas da Maré

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Homenagear os antigos shows LGBTQIAP+ das décadas de 80 e 90: este é o objetivo da Ocupação Noite das Estrelas, que será realizada no Conjunto de Favelas da Maré, Zona Norte do Rio de Janeiro, aos domingos até 9 de julho.

O projeto é uma ocupação artística LGBTQIAP+ nas ruas da Maré, aliás, o espetáculo é o fio condutor das obras e ações da Ocupação que acontece nas ruas e nos aparelhos culturais e instituições parceiras, que contará com exposições, impressos, exibição de filmes e várias outras atrações para o público.

Os antigos shows “Noite das Estrelas” atravessam mais de duas décadas de história dentro da Maré e nasceram do convívio e das festas da comunidade LGBTQIAP+ daquela época e caminham até a contemporaneidade. O objetivo do evento é celebrar a memória deste movimento através da linguagem contemporânea, da oralidade, escrita, performance, dança, teatro, audiovisual e outras tecnologias.

Idealizado pelo Entidade Maré, a Noite das Estrelas é uma produção estética, artística, cultural, urbana e contemporânea carioca através da Ocupação homônima, a fim de festejar e honrar a memória dos shows de 80 e 90 como um movimento histórico de produção de conhecimento sobre as artes; além de expandir a pluralidade de discursos e a representatividade na produção de conhecimentos não neutros. A produção realizou um mapeamento das potencialidades do projeto e, de forma itinerante, passará pelas ruas da Maré, terminando seu trajeto na Quadra da Escola de Samba Gato de Bonsucesso.

Segundo o diretor Wallace Lino, o objetivo principal da ocupação é trazer a cultura LGBTQIAP+ preta e periférica para o centro do debate sobre arte e cultura da cidade do Rio de Janeiro. “O Brasil é um que celebra as brutalidades da população LGBTQIAP+ preta favelada diariamente. Esta ocupação é um sonho coletivo imanente de celebrar nossos afetos, culturas e existência através das linguagens artististicas. Além disso, contribuir para o acesso material e sensível às programações de artes de públicos diversos em específico população da Maré e com o debate sobre a presença de corpos e vivências LGBTQIAP+ pretos e periféricos nas artes pautadas na diversidade e inclusão”, explica.

Paulo Victor Lino, diretor da ocupação, explica como nasce a Noite das Estrelas e seu principal pleito nos espaços públicos, pelas ruas das favelas da Maré. “Os shows nascem na festa junina de Nei, que quis que suas amigas o ajudassem a confeccionar as roupas da quadrilha, tivessem um dia delas no meio da festa. Menga, ao ver o acontecimento, deu o nome ao evento de Noite das Estrelas a esse movimento cultural que, por mais de 20 anos, arrastou multidões para ver as performances das artistas LGBTQIAP+, que traziam em seus gestos, vozes, corpos e movimentos a subversão da ideia e realidade da violência”, explica o diretor.

Paulo Victor ressalta ainda que a cultura LGBTQIAP+ encontrava nas ruas a “vingança” e a implementação de novos sentidos de reexistência transgressora para a cultura carioca. “Agora, em 2023, a Ocupação Noite das Estrelas se volta para esta memória perseguindo as filosofias e cosmovisões pretas para contar, através da homenagem desse movimento das décadas de 80, que ele não morreu”, pontua.

“Ela renasce pelo movimento da ancestralidade, pilar das visões das culturas pretas, onde existir em festa neste território onde a morte é deliberada, inclusive pelo Estado, só é possível pelas estratégias e fugas coletivas destas populações onde a rua é o lugar que mora a nosso palco, revolta e revolução”, acrescenta.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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