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Golda – A Mulher de Uma Nação traz Hellen Mirren irreconhecível

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GoldaGolda – A Mulher de Uma Nação é um recorte histórico e político da Guerra do Yom Kippur, em 1973, sob a perspectiva de Golda Meir, a primeira mulher a ocupar o posto de primeira-ministra de Israel, a trama narra decisões de alto risco que ela teve que tomar durante o conflito.

Seguindo o estilo narrativo de A Dama de Ferro, filme sobre Margaret Thatcher protagonizado por Meryl Streep,  Golda – A Mulher de Uma Nação faz um retrato sobre a guerra mesclando com fatos sobre sua saúde. Chamada de Dama de Ferro de Israel, Golda fumava muito o que debilitou sua saúde consideravelmente. No longa de Guy Nattiv, o diretor, inclusive, faz uso da fumaça como instrumento de ligação entre a primeira-ministra e a guerra.

Assim como Oppenheimer, é um filme de guerra com muitos diálogos ambientado principalmente em salas de conferências, centros de comando subterrâneos e a casa de Meir, tudo em uma nuvem de fumaça constante, já que Meir era um fumante inveterada.

Esteticamente escuro, tanto pelo contexto histórico e pela escolha do diretor ao transmitir o que deve ter sido um dos momentos mais drásticos de Israel, o filme é um drama documental sóbrio, muitas vezes afetado, sobre a Guerra do Yom Kippur. Bem executado, conciso, mas no geral desanimador, o filme não é um cinebiografia de Golda, este, por sinal, deveria estar em produção pela devida importância de Golda Meir a história de Israel.

Golda – A Mulher de Uma Nação acaba sucumbindo às suas próprias limitações autoimpostas por conta do foco da trama e suas escolhas estéticas, ao trazer elementos fundamentais sobre a guerra. Aliás, parte do longa se passa em 1974, quando Meir, que havia renunciado recentemente, enfrentou uma investigação sobre seu papel no processo israelense da guerra.

Golda Meir foi a primeira e única mulher a chefiar Israel, aos 70 anos. A diplomata experiente é interpretada incrivelmente por Helen Mirren, com caracterização impecável.

O desempenho magistral de Helen Mirren, que certamente, será indicada ao Oscar pela produção, leva as telas uma personagem muito bem construída. Forte, dura na queda, Golda mostrou forte liderança durante a Guerra do Yom Kipur, em outubro de 1973. De fato, Helen Mirren transmite de forma confiável o espírito feroz da líder junto com sua ternura silenciosa, desde o topo da cabeça fumegante de Meir até seus resistentes sapatos ortopédicos.

Camille Cottin interpreta Lou Kaddar, assistente pessoal e amigo mais próximo de Meir, com atuação excelente e discreta. Já Liev Schreiber é Henry Kissinger, secretário de Estado do presidente Richard Nixon, também em excelente e pontual atuação. Aliás, a maior aposta de Meir foi enfrentar Kissinger, o que aconteceu a seguir mudou o curso da história do Oriente Médio.

Egito e a Síria lançaram um ataque surpresa contra Israel, durante o feriado judaico de Yom Kippur, ameaçando dominar o país. Israel lançou uma contraofensiva massiva antes que um cessar-fogo fosse estabelecido.

Golda foi uma de duas mulheres signatárias da declaração de independência de Israel, em 1948. Ela foi nomeada pelo então primeiro-ministro para o cargo embaixadora de Israel na União Soviética.

Natural de Kiev, de família judaica, migrou para a Palestina em 1921, depois ter vivido um tempo nos Estados Unidos, onde se formou na faculdade. Golda Meir começou a carreira política em 1932, quando engajou na Confederação Geral do Trabalho (Histadrut), onde exerceu uma série de cargos. Golda foi uma das responsáveis pelas negociações com os britânicos para a partição da Palestina. Além disso, na década de 40, Golda Meir foi chefe do departamento político da Agência Judaica (a maior autoridade em Israel sob administração britânica) e da Organização Sionista Mundial.  Em 1969, após a morte do então primeiro-ministro, Levi Eshkol, tomou posse como primeira-ministra. Golda Meir renunciou em 1974 por questões de saúde e morreu em 1978, aos 80 anos.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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