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“Noel Rosa: Coisa Nossa” conta a trajetória do artista no Teatro Prudential

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Noel Rosa não chegou a completar 27 anos, mas, em seu curto período de existência, produziu mais de 200 músicas e garantiu seu lugar de destaque como um dos maiores compositores de todos os tempos. Agora, a trajetória singular do músico, morto em 1937, ganha os palcos no musical “Noel Rosa: Coisa Nossa”.

"Noel Rosa: Coisa Nossa"
Foto: PRISCILLA PRADE

A produção conta com a assinatura de Eduardo Barata e Marcelo Serrado. No elenco, para dar vida à personalidade plural do protagonista, Alfredo Del Penho e Fábio Enriquez se dividem na pele de Noel e contracenam com Dani Câmara, Julie Wein e Matheus Pessanha.

Escrito pelo imortal da Academia Brasileira de Letras Geraldo Carneiro, “Noel Rosa: Coisa Nossa” é dirigido por Cacá Mourthé e reconta episódios divertidos, boêmios e trágicos da vida meteórica do Poeta da Vila. Ele conta, “É interessante termos dois atores protagonizando e mostrando que essa herança somos nós. Todos somos Noel. Meu desafio vai ser trazer a vida e a poesia de Noel Rosa para as novas gerações”.

Noel é tão amplo e diverso que é capaz de ser representado por dois atores muito diferentes fisicamente. Alfredo é moreno e alto, enquanto Fábio é louro e baixo, mas essa diferença não fica evidente com a unidade da interpretação dos dois. “A teatralidade construída entre eu e Alfredo está embasada em 10 anos de amizade, desde os tempos da Barca”, avalia Fábio.

Recheada de som, humor e poesia, a montagem é caracterizada pelas noitadas em bares e a luta de Noel contra a tuberculose. O Rio de Janeiro, o Brasil, os marginalizados e as dores de cotovelo embalam canções clássicas do autor, como como “Gago Apaixonado”, “Com que Roupa” e “Fita Amarela”.

“O maior desafio de “Noel Rosa: Coisa Nossa” é trazer para o texto o senso lúdico e o humor anárquico do Noel. Espero que isso esteja presente no espetáculo. Sua arte está viva e atual por causa dessa mistura dele de lirismo e humor sem precedentes na música brasileira”, afirma Geraldo.

Assim, a peça revela ao público os momentos mais divertidos e emocionantes da vida de Noel Rosa, bem como alguns casos curiosos que deram origem à obra do artista. Alfredo Del Penho é responsável pela direção musical e resgata sambas e choros do músico e de seus principais parceiros, por meio de um repertório cuidadosamente selecionado, com canções como “Conversa de Botequim”, “Feitiço da Vila” e “Só Pode Ser Você”.

Eduardo Barata, que atua no mercado há mais de 30 anos, e pelo ator, autor, diretor e produtor Marcelo Serrado – trará fatos curiosos da vida do compositor que ficou conhecido como o Poeta da Vila.

Filho de Manuel Medeiros Rosa, que era gerente de camisaria, e da professora Marta de Azevedo, Noel teve em seu nascimento fratura e afundamento do maxilar provocados pelo fórceps, além de uma pequena paralisia na face direita que o deixou desfigurado para o resto da vida, apesar das cirurgias sofridas aos seis e aos 12 anos de idade.

 A união com Lindaura não modificou seus hábitos boêmios, que acabariam por comprometer irremediavelmente a sua saúde. No início de 1935, já com os dois pulmões lesionados, viajou com a mulher para se tratar em Belo Horizonte. Porém, o tratamento durou poucos dias, pois o compositor logo começou a frequentar os bares e o meio artístico da cidade.

Noel morreu na noite de 4 de maio de 1937. Diversas versões sobre sua morte foram publicadas em diferentes jornais e biografias. À beira de seu túmulo, Ary Barroso fez um discurso emocionado, homenageando o amigo e parceiro. Seu nome ficou esquecido durante a década de 40, até que Aracy de Almeida, em 50, passou a cantar na famosa boate Vogue, incorporando ao seu repertório sambas inéditos de Noel. Desde então, o compositor foi redescoberto e passou a ser homenageado pelo público e pelas autoridades.

Todo esse universo de Noel também estará no palco na visão de Ronald Teixeira, que assina a cenografia e o figurino. “O figurino vai trazer uma nostalgia do que era o tempo do Noel, da década de 20, mas coexistindo com uma contemporaneidade, trazendo para o nosso tempo essa lembrança do que era o compositor. Na cenografia, vamos ter um telão, onde serão projetadas lembranças imagéticas da vida de Noel, seus amores, lugares que ele frequentou, citações visuais de suas músicas”, adianta Ronald. Entre as imagens projetadas estão gravuras da artista plástica Thereza Miranda sobre o Rio de Janeiro e pérolas encontradas pelo cenógrafo, como as caricaturas que Noel fez de si mesmo e uma de Antonio Nássara, amigo do músico, vivido na peça por Matheus Pessanha. “São desenhos feitos em aquarela e nanquim que traduzem muito o temperamento de Noel”, diz Ronald.

Serviço
Temporada: 31 de agosto a 24 de setembro.
Quinta a sábado, às 20h. Domingo, 17h.
Teatro Prudential (Rua do Russel 804, Glória)
Ingressos pela Sympla

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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