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Uma Noite em Haifa: Amos Gitaï desafia rótulos sócio-políticos culturais

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 Amos Gitai tece histórias em torno da clientela de um bar de Haifa, com formalidade.

Uma Noite em Haifa, dirigido pelo premiado cineasta Amos Gitaï, explora a diversidade cultural na noite de Haifa, cidade de Israel.

Uma Noite em HaifaUma Noite em Haifa acompanha as histórias de cinco mulheres em uma agitada noite na cidade israelense. O filme se passa no Club Fattoush, uma espécie de ponto de encontro boêmio e liberal para uma ampla gama de residentes, sejam eles israelenses ou palestinos, judeus ou árabes, gays ou heterossexuais. A partir dai, o veterano cineasta Amos Gitai aborda diversidade e importância cultural.

No longa, fios narrativos são conectados e desconectados, girando em torno de uma série de funcionários e clientes da Fattoush durante uma única noite. Cheio de boas intenções e interesses sociais, Amos Gitai pretende servir a um microcosmo de uma sociedade vastamente fragmentada em um espaço público contido. Porém, o diretor, certamente, pinta a cidade de bege, esquecendo de dar a verdadeira cor a sua trama. Infelizmente, o longa  está entre os mais apáticos de Gitai.  O novo filme de Amos Gitai é muito formal para ser divertido.

O slogan de marketing do filme – “Cinco mulheres, cinco histórias, uma noite” – sugere uma estrutura um pouco mais analisável, porém nenhum desses fragmentos de história se cruzam tanto quanto eles se esbarram distraidamente no caminho para pedir bebidas, enquanto sua ressonância sociopolítica coletiva é mínima.

Indicado a dois prêmios, incluindo o Leão de Ouro, da seleção oficial do Festival de Cinema de Veneza, Uma Noite em Haifa destaca as histórias entrelaçadas de cinco mulheres que desafiaram rótulos em seus relacionamentos e identidades pessoais.

Com subtexto político, o novo filme do cineasta israelense Amos Gitaï traz um olhar sensível e raro sobre a região com um olhar ficcional em meio ao estilo minimalista e a falta de não linearidade.

Enquanto a música vem e vai ao acaso, a iluminação de Gautier alterna entre um brilho noturno e planos cinematográficos com poucas nuances. É possível ver a intenção de ser um documentário repleto de humanidade, em vez de uma obra ficcional que atende ao fascínio de Gitai.

A câmera desliza elegantemente de cena em cena, mas não há nada tão aventureiro ou tecnicamente realizado nos 90 minutos restantes. Pessoas aparecem, têm conversas melancólicas e agourentas sobre suas vidas e depois se afastam. É uma noite de encontros rápidos e deprimentes.

As filmagens do longa foram feitas em uma boate real em Haifa chamada Fattoush, frequentada por israelenses e palestinos. Ao visitar o local pela primeira vez, o diretor se sentiu inspirado a contar uma história sobre esse lado pouco retratado no cinema.

Aliás, a escolha de cinco mulheres como protagonistas também não foi por acaso. Amos Gitaï conta, “O Oriente Médio é dominado por homens que frequentemente encorajam a guerra e o conflito. Desde os meus primeiros filmes, há 35 anos, optei por privilegiar papéis femininos. Colocá-las no centro desses filmes é, por si só, uma questão que se coloca sobre a organização das nossas sociedades”, explica o diretor.

Uma Noite em Haifa é roteirizado por Marie-Jose Sanselme, parceira de longa data de Gitaï. O elenco do filme reúne Maria Zreik (do curta-metragem indicado ao Oscar “Ave Maria”); Naama Preis (“God of the Piano”); Hana Laslo (vencedora de Melhor Atriz em Cannes por “Free Zone”, também dirigido por Amos Gitaï); e as estreantes nas telonas Khawla Ibraheem e Bahira Ablassi.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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