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“Cinema Orly” no Teatro Glaucio Gill e no Teatro Dulcina

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Uma sala de cinema na Cinelândia, fechada e aparentemente abandonada, guarda histórias desmedidas e instigantes de corpos que encontraram ali um espaço para satisfazer seus desejos amorosos, afetivos e sexuais em meados dos anos 90. A performance “Cinema Orly”, com direção de Diogo Liberano, a partir do livro homônimo de Luís Capucho, acompanha um homem atravessado por vozes e imagens vividas nesse ambiente, frequentado por figuras socialmente marginalizadas, alvo de preconceitos e caricaturas. Homossexuais, bissexuais, travestis, transgêneros e quem mais não se identificava com as formas normatizadas de gênero e sexo encontraram um refúgio no Cinema Orly, que exibia filmes pornográficos diariamente.

 "Cinema Orly"
Foto: Thais Gretchi

“Na performance, o ator Teo Pasquini coloca em tensão desejos e morais, experiências de amor e sexo, mesclando biografias e ficções para celebrar a vida de um homem gay para além de qualquer norma que tentaria enquadrá-la”, define o diretor Diogo Liberano. “Esse homem é habitado pelas vozes do Orly, pelas histórias de Luís Capucho, por suas histórias pessoais, pelos seus próprios estudos sobre o tema, suas próprias obsessões. Uma figura que é uma zona de contato entre palavra e desejo; desejo e corpo; corpo e palavra. A dramaturgia de ‘Cinema Orly’ tenta perseguir essa sobreposição de corpos, desejos, palavras. Quer aliar filosofia e pornografia, erotismo e contação de história”, acrescenta o dramaturgo Gustavo Colombini.

O projeto teve início com o encontro de Teo Pasquini com o autor, cantor, compositor e pintor Luís Capucho numa festa, quando manifestou o desejo de ler o romance “Cinema Orly”, já então com edições esgotadas. O escritor, no entanto, tinha um exemplar na mochila, que foi imediatamente comprado e lido por Pasquini no dia seguinte. “Só não li de uma tacada só porque queria economizar”, lembra o ator.

“O livro me trouxe uma nova perspectiva do imaginário erótico e pornográfico: um viés antropológico. E o viés físico, geográfico e arquitetônico do espaço cinema. Eu vi que tinha potencial para um espetáculo teatral de imediato, por ser narrado em primeira pessoa, com um viés muito autobiográfico, num tom de diário. Ele parte de episódios pornográficos e eróticos para falar também sobre amor, solidão, fragilidade, da busca pela criação de relações e raízes do mundo”, analisa o ator e idealizador da performance.

O dramaturgo Gustavo Colombini explica que a dramaturgia criada para a performance não é uma adaptação do livro de Capucho, mas um desdobramento da obra, um diálogo da equipe com aquelas narrativas.  Além disso, a performance também desempenha um importante papel de impedir que o Cinema Orly (aberto em 1935 como Cine Teatro Rio e fechado em 2013) e as experiências e histórias vividas nele sejam esquecidos pela sociedade.

Serviço
Temporada de estreia: 05 a 27 de outubro de 2023
Teatro Glaucio Gill: Praça Cardeal Arcoverde, s/nº – Copacabana
Dias e horários: quintas e sextas, às 20h
Sessões acessíveis com tradução em LIBRAS: 20 e 27 de outubro, às 20h
Venda de ingressos: https://funarj.eleventickets.com/
Segunda Temporada: 02 a 05 de novembro de 2023
Teatro Dulcina: Rua Alcindo Guanabara, 17 – Centro
Dias e horários: quinta e sexta, às 19h, sábado, às 15h e às 19h, e domingo, às 15h e 18h.
Sessões acessíveis com tradução em LIBRAS: 4 e 5 de novembro, sábado e domingo, às 15h
Venda de ingressos: https://www.sympla.com.br/

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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