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Heloisa Buarque de Hollanda é homenageada pelo filho em documentário sobre sua trajetória

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Considerada uma das principais intelectuais brasileiras contemporâneas, Heloisa Buarque de Hollanda, rebatizada como Helô Teixeira, tem papel catalisador na cultura nacional desde a década de 60. Hoje aos 84 anos, a ensaísta, escritora, editora, e crítica literária ganha documentário feito pelo cineasta e filho mais velho, Lula Buarque de Hollanda.

A escolha do novo nome firma a relação com a mãe. Ao acolher o sobrenome dela, Heloisa busca homenagear uma mulher cuja “potência feminina foi oprimida” pelo patriarcado. Como ela define, “É uma coisa mesmo de liberdade. Não vou morrer sendo Heloisa Buarque de Hollanda. Eu não nasci assim. Quero morrer confortável, de mãos dadas com a minha mãe, que não pôde falar”.

Heloisa Buarque de HollandaLula leva as telas um olhar intimo da mulher que continua sendo referência e uma voz ativa na cultura brasileira. Com imagens captadas ao longo dos últimos oito anos, o documentário joga luz sobre a trajetória de um ícone feminino e feminista.  Heloisa é, certamente, uma fonte inesgotável de conhecimento, inspiração e reflexões, e a gente vê isso no documentário também. Visionária, está sempre em movimento.

HELÔ é um relato pessoal sobre uma mudança geracional e cultural. É interessante perceber como o percurso dela, que fala sobre os pais e a família que construiu, vai costurando a história da cultura e luta feminista no Brasil. Surpreendentemente, uma lente poética particular dela misturada a esse contexto.

Com um olhar intimista, HELÔ traz o olhar familiar mais puro como o amor incondicional pelos netos demonstrado de forma tatuada pelo seu corpo. Ela tem 11 tatuagens! A primeira foi feita aos 79 anos. Aliás, a frase “Meu corpo, minhas regras” é, certamente, a definição da mulher que foi e se tornou. Sua história se confunde com a História da cultura brasileira.

Heloisa Buarque de Hollanda sempre esteve e está associada à movimentos culturais e sociais. O documentário mergulha na intimidade de Heloisa  trazendo suas paixões pela poesia marginal, arquitetura e os netos. Em 2023, Heloisa eleita pela Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira deixada por Nélida Piñon.

Heloisa Buarque de Hollanda revelou poetas marginais que viraram cânone, discutiu o pensamento feminista de forma pioneira, chamou a atenção para a pulsante produção artística das periferias até hoje. Além disso, é uma voz ativa no papel da universidade e do intelectual no Brasil.

Formada em Letras pela PUC-Rio, fez doutorado na UFRJ e pós-doutorado em Columbia, Nova York. Heloisa Buarque de Hollanda é até hoje referência na temática que relaciona cultura e desenvolvimento em periferias.

Esse não é a primeira obra audiovisual sobre Heloisa Buarque de Hollanda. Quando a cineasta Roberta Canuto e a produtora Clélia Bessa tomaram conhecimento do desejo dela de mudar de nome, decidiram fazer um documentário sobre ela, ainda a ser lançado.

*Filme visto no Festival do Rio 2023

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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