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Lola Flores e Rita Hayworth levaram intensidade ao cinema

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Lola Flores e Rita Hayworth levaram intensidade ao cinemaDuas das principais atrizes dos anos 40, foram revistadas atualmente nos cinemas. Rita Hayworth, que ganhou uma mostra com parte de sua filmografia no Estação, e Lola Flores, que teve Embrujo, em sessão especial no Festival do Rio, no dia 06 de outubro, Dia do Cinema Espanhol.

Embrujo está longe de ser um filme associado às comédias espanholas da época, a equipe por trás da produtora Boga optou por uma abordagem de realização e uma proposta estética que dialogavam com a visualidade do expressionismo cinematográfico, por meio de uma encenação e montagem ancoradas na melhor vanguarda do cinema europeu do início do século. Trata-se, portanto, de uma raridade que cruza a expressão mais revolucionária do flamenco cênico com um cinema de pretensões inovadoras e disruptivas, que, infelizmente, teve uma recepção controversa junto ao público da época, cujas expectativas estavam direcionadas a um cinema mais convencional.

Ambas consideradas símbolos sexuais dos anos 40, trazem à tona o papel da mulher no cinema. E como mudou! E, sim, a gente agradece, mesmo que ainda seja representada, muitas vezes, ainda, como submissa ou em relações abusivas. O que é muito importante!
Nós sabemos que a o olhar da sociedade nos 40 era muito diferente do de hoje, esse é justamente meu ponto nesse texto: a construção da mulher dentro da história do cinema e sua evolução.

No cinema espanhol, o cineasta Pedro Almodóvar, há anos, coloca a mulher como objeto de estudo em suas obras, ora loucas, oras mães, ora apenas mulheres sendo mulheres. No seu cinema, a visceralidade de seus personagens não são apenas características, mas também são personagens de seus filmes, assim como Rita e Lola, que carregam tal elemento em sua carreira.

Impossível não citar GILDA, ao falar de Hayworth, afinal, o filme a transformou em símbolo sexual. Mas, sua carreira vai, certamente, além disso, em sua filmografia figuram filmes como A dama de Xangai (1947), com Orson Welles, Meus dois carinhos (1957), com Frank Sinatra; e O mundo do circo (1964), com John Wayne.

Já no cinema de Lola Flores, o melodrama espanhol é muitas vezes carregado pela sua intensidade. E Lola é ainda mais sólida ao colocar a dança flamenca em cena. Suas histórias se cruzam pela latinidade genética, porém negada na construção da carreira de Rita por conta dos homens que administravam a sua vida.

A diferença entra ambas é que enquanto Lola Flores parece ter acompanhado as mudanças mundiais, se tornando, inclusive, um ícone Pop LGBT, Rita Hayworth teve sua carreira marcada por personagens que seguem a linha Femme Fatale.

Fato é, ambas tem representatividade até hoje na história do cinema por suas trajetórias, essas extraordinárias por viverem em uma época onde a indústria cinematográfica usava e abusava de suas mulheres.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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