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“A Aforista” em nova temporada no CCBB

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O espetáculo “A Aforista”, do dramaturgo e diretor curitibano Marcos Damaceno, volta as palcos do CCBB.

Foto: Renato Mangolin

“A Aforista” traz à cena uma mulher (Rosana Stavis), caminhando sem parar em direção ao enterro de um antigo amigo da faculdade de música. Enquanto caminha, lhe vêm pensamentos acerca de sua própria vida, e os caminhos escolhidos por ela e seus antigos amigos, todos “promessas da música”. Caminhos que vão da plenitude da realização ao fracasso fatal.

A peça, abre ao público a mente dessa mulher, a aforista, na qual se sobressaem a confusão como linguagem, o ritmo vertiginoso, o excesso de informações, as digressões, além de boas doses de ansiedade e perturbação. Trata-se de uma obra teatral por vezes angustiante, frequentemente hilariante.

Aliás, segundo Damaceno, o texto da peça é uma conversa com questões postas por Bernhard respondendo e contrapondo questões colocadas pelo autor austríaco em sua extensa obra, permitindo-se desviar para outros assuntos, outras situações, outros lugares. Um mergulho na memória e nas possibilidades que cabem numa vida. A mente como protagonista ou lugar de ação e o impacto quase que exclusivamente pela força do elenco e das palavras são marcas das encenações da Cia. Stavis-Damaceno.

A narradora verbaliza em um estado próximo ao devaneio (ou, melhor, da loucura) onde seus pensamentos, lembranças e imaginação fluem líricos em certos momentos, pesarosos em outros, além de se tornarem pouco imaginativos e medianos em certos trechos. Além disso, logo em seguida flertam com a filosofia e o sublime, tornando-se expansivos, contraditórios e, principalmente, com confusões e associações próprias da mente humana em nossos dias.

É, certamente, uma arquitetura mental em espiral, de pensamentos entrecortados por outros pensamentos que se interrompem e são retomados em um looping sem fim. São narrativas densas e sôfregas que ficam hilariantes. Pensamentos sublimes e elevados que escorregam para o grotesco, assim como é a vida da gente.

A peça apresenta como um dos personagens centrais o famoso pianista John Marcos Martins. Outro pianista, Polacoviski, tem um destino trágico. A narrativa desenvolve-se a partir das lembranças, pensamentos e imaginação da terceira personagem, a narradora, amiga de John Marcos Martins e de Polacoviski, e por eles apelidada de aforista*. A narradora, que está sempre andando e enquanto anda, pensa em como se deu tudo. Sua relação com seus antigos amigos de faculdade, o caminho que cada um seguiu. E onde esses caminhos os levaram. E o quanto esses caminhos tomados influenciaram inclusive na vida uns dos outros.

A música cumpre papel de destaque no espetáculo, Rosana Stavis é acompanhada por 2 pianos tocados ao vivo por Sergio Justen e Rodrigo Henrique, que duelam no palco e dão o tom da narrativa com a trilha original criada pelo compositor Gilson Fukushima.

O espetáculo “A Aforista” é o segundo de uma trilogia, iniciada com “Árvores Abatidas” .

Serviço
Temporada: 8 de novembro a 3 de dezembro
Dias e horários: quarta à sábado às 19h e domingos às 18h.
Local: Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro I (Rua Primeiro de Março, 66, Centro)
Ingressos adquiridos na bilheteria do CCBB ou antecipadamente pelo site https://ccbb.com.br/rio-de-janeiro/
Classificação: Indicado para maiores de 14 anos

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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