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Museus que preservam memória afro recebem acervo fotográfico

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Com o registro histórico de milhares de africanos trazidos para o Brasil, onde desempenhavam o papel de escravos, a Pequena África, na Zona Portuária do Rio, remonta ao passado colonial. Reunindo pontos como o Cais do Valongo, que teve as obras de revitalização concluídas nesta quinta-feira (23), a região conta com bairros como a Saúde, Santo Cristo e a Gamboa, que recebeu nesta semana peças de grande relevância quando se fala sobre a luta de mulheres que vivem no continente e são violadas através da Mutilação Genital Feminina.

As obras da exposição “Pranto”, realizada pela carioca e artista plástica Andréa Brêtas, foram destinadas ao Museu da História e da Cultura Afro Brasileira – MUHCAB, O que conta a história da região que testemunhou o maior desembarque de africanos escravizados no mundo, de importantes marcos de afirmação negra no Brasil e do desenvolvimento da cultura afro-brasileira, debatendo conceitos que emanam desta narrativa e a situação do negro no Brasil hoje.

Outro espaço que também recebeu os registros foi o Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos – IPN, que conta com um memorial e tem a missão de pesquisar, estudar, investigar e preservar o patrimônio material e imaterial africano, tendo como ênfase o sítio histórico e arqueológico do Cemitério dos Pretos Novos, que funcionou durante os anos de 1769 a 1830.

A MGF é uma prática cultural realizada em meninas antes da puberdade, embora em alguns casos possa ocorrer em mulheres mais velhas, se caracterizando como violação grave dos direitos humanos, impactando diretamente na saúde física e mental das mulheres afetadas. Segundo a Unicef, ainda hoje, cerca de três milhões de meninas são submetidas ao procedimento, antes de completar 15 anos.

As imagens captadas por Andréa foram realizadas durante uma viagem ao continente em 2022, onde passou pelo Quênia e Namíbia, conhecendo de perto histórias de vítimas e trazendo um panorama sobre a vida de mulheres que passaram pela mutilação. A ideia da mostra foi trazer um contraponto entre quem sofre com a violência e o cotidiano das africanas de forma geral.

“Não é só trágico, mas extremamente violento e excessivo. Precisa ser visto que ainda é acontecido nesse século, uma brutalidade enorme. Não tenho ideia de quantos acometimentos podem estar implicados na saúde mental dessas mulheres, mas minimamente traumatizados na brutalidade física e da desconstrução da alma delas, e a ressonância que esses atos traz a vida da pessoa. Então falamos de uma prática que precisa ser revisitada e falada ainda para evitar que ainda seja praticado e mais mulheres sofrerem nas futuras gerações. Falamos muito de violência contra a mulher, essa é uma das brutalidades mundiais que o mundo oferta para as mulheres. Realmente é muito pavoroso pensar nessa dor de alma e corpo, pertencimento, inserção cultural, tudo que permeia essa mulher e essa feminilidade que está sujeita em tudo que se encaixa”, explica a fotógrafa.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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