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“Arqueologias do Futuro” faz curta temporada no Sesc Copacabana

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Após estreia nacional no Festival de Curitiba e uma bem-sucedida temporada em São Paulo, o solo “Arqueologias do Futuro” chega ao Rio de Janeiro para uma curta temporada no Sesc Copacabana.

A peça performance, idealizada pelo ator e performer Mauricio Lima (também responsável pela direção e dramaturgia em colaboração com Fabiano Dadado de Freitas), é um desdobramento do projeto Museu dos Meninos, um museu virtual que investiga procedimentos de preservação, inscrição e invenção de memórias a partir de uma perspectiva favelada e periférica. A pesquisa acontece no Complexo do Alemão, um dos maiores conjuntos de favelas do Rio de Janeiro. Vale destacar que o Museu dos Meninos foi indicado ao 34º Prêmio Shell na categoria Energia Que Vem da Gente.

Para “Arqueologias do Futuro” , Lima apresenta uma arqueologia afetiva, explorando cinco ‘artefatos’ que compreendem objetos, vídeos, personagens e histórias encontrados na fase de pesquisa para o Museu dos Meninos. A dramaturgia parte do “museu” como uma metáfora, mas também se relaciona com os elementos museológicos de forma concreta a partir das ideias de acervo e coleção. A performance mergulha nas memórias, tanto reais quanto inventadas, do performer no Complexo do Alemão, seu território de origem, acompanhado de mais 30 vozes dos jovens negros que formam a coleção permanente do Museu dos Meninos. Nesse contexto, a narrativa instiga reflexões sobre o que o corpo fala, quais corpos são genuinamente percebidos e ouvidos, e quem detém o direito de narrar suas próprias histórias.

A encenação, que transita entre teatro, performance, dança e artes visuais, propõe configurações poéticas para corpos e territórios sistematicamente oprimidos. “Trazemos para o palco uma subversão do imaginário social estigmatizante ligado a esses meninos e ao Complexo do Alemão. O que colocamos em cena é a vida e a delicadeza que transbordam do território e dos corpos que ali vivem, em um exercício poético de criação de outras perspectivas de futuro para esse território e essa juventude”, destaca Mauricio.

As provocações visuais e sonoras desempenham um papel crucial em ARQUEOLOGIAS DO FUTURO. “A peça materializa, em cena, a tensão entre o visível e o invisível, radicalizando a relação entre luz, som e movimento em uma experiência sensorial. Uma manipulação imagética para que ecoe uma pergunta fundamental: ‘Você consegue me ver?”, completa Dadado. A trilha sonora original é composta por Novíssimo Edgar e Beà Ayòóla, com direção de arte de Evee Avila.

“Arqueologias do Futuro” foi desenvolvida ao longo de três anos, atravessando e sendo atravessada pela pandemia de COVID-19. A montagem, inicialmente prevista para estrear em 2020 no International Community Arts Festival (ICAF), em Rotterdam, na Holanda, foi cancelada devido à disseminação do vírus. “Foi um período tenso para todos nós. Fomos vendo uma certa ideia de mundo ruir. Não tinha como isso não invadir a performance”, salienta Dadado. Durante o tempo de isolamento, a pesquisa transformou-se em uma ação site-specific no espaço virtual, que incluíram uma performance virtual, com grande circulação, que chegou a participar até de festivais de cinema, como a Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte (CineBH) e também uma série de encontros com artistas, pensadores e ativistas negros e negras de diferentes partes do mundo, como Djamila Ribeiro no Brasil e, internacionalmente, Joacine Katar Moreira, pensadora luso-guineense. Após três anos de pesquisa em outros formatos, os artistas estrearam a performance no Festival de Curitiba em 2023 e, finalmente, chegam ao Rio, o território poético da pesquisa.

Serviço:
Temporada: De 11 de janeiro a 4 de fevereiro de 2024
Dia/hora: quinta a domingo, às 20h30
Onde: Sesc Copacabana (Mezanino)
Endereço: Rua Domingos Ferreira, 160 – Copacabana
Faixa etária: 14 anos
Ingressos na bilheteria

O espetáculo volta ao Rio de Janeiro para quatro apresentações gratuitas neste mês de julho. No dia 19, às 19h, única sessão na Arena Carioca Dicró, na Penha. Nos dias 26 e 27, às 19h, e no dia 28, às 18h, no Teatro Cacilda Becker, no Catete.

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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