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“Balanço” faz curtíssima temporada gratuita no SESC Copacabana

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Ir pra frente e pra trás, só que no tempo, é com essa ideia de movimento que a montagem inédita “Balanço” se define num primeiro momento. Estreando na direção através do edital Sesc Pulsar: Corpo Negro 2024, a bailarina Tamires Costa tem Alison André e Samara Vicença como parceiros na cocriação e performance na cena. Com temporada no Sesc Copacabana, a montagem propõe o trânsito por danças da diáspora africana e a corporificação das matrizes de movimentos artísticos das Américas, em especial nos que têm sua base na dança a dois.

A dança toma como ponto de partida o samba de gafieira que, nesta criação, é um lugar onde podemos ir e voltar – e, assim, balançar. Balançamos desde o colo, antes mesmo de aprender a andar. Esse gesto é também passo de dança, uma tecnologia inventiva daqueles que através do corpo respondem ao projeto de dominação colonial, que atravessou o Atlântico na diáspora e se ressignificou do outro lado do planeta. De norte a sul deste continente se balança, desequilibra e, indo de lá pra cá, ginga.

“Balanço” é o desejo de dobrar o tempo e fabular memórias através de ancestralidades negras. Memórias que se constroem não só no ato de lembrar, mas nas estratégias de conseguir dançar e reconstruir presenças. Para isso, pergunta-se qual exercício de fabulação seria necessário para criar no corpo a retomada das semânticas, cujas vibrações ativem movimentos de ir e vir no tempo. Em cena, os movimentos são embalados por variações rítmicas que vão desde ritmos cariocas, como o samba, passando por músicas cubanas e indo até o soul dos Estados Unidos.

“Samara e Alison já realizam uma pesquisa dentro do samba de gafieira que se chama ‘Balanço Ancestral’, e então comecei a trazer questões para criar pontes com o trabalho deles e sentir onde isso também balançava em mim. Alison tem uma vivência rica nas danças afro-cubanas, o que contribuiu para o nosso processo de criação e trocas artísticas. E toda essa pesquisa sobre a nossa matriz latino-americana reverberou bastante na criação, e nos faz crer que este trabalho fala muito a partir de uma linguagem da dança diaspórica e da nossa matriz afro-latina”, resume a diretora Tamires Costa.

Também fruto da pesquisa “Corpo Tambor”, desenvolvida por Tamires desde 2017, o espetáculo teve metodologias, jogos e cartografias do referido estudo compartilhados em seu processo de criação, a fim de dialogar com as diferentes práticas que compõem o trabalho de samba de gafieira dos bailarinos. O que nasce a partir deste encontro é uma linguagem híbrida e transformada dessas pesquisas, imprimindo as reverberações desta troca e a insistência que os integrantes do projeto têm em suas associações como uma forma de pertencimento e o desejo de criar ancestralidades.

“A montagem fala de memórias. Não só as memórias das coisas que de fato aconteceram, mas das que inventamos – e isso faz desse projeto algo documental e, ao mesmo tempo, ficcional. Memórias que se constroem não só no ato de lembrar, mas nas estratégias de conseguir dançar e reconstruir nossas presenças. Para isso, nos perguntamos que práticas seriam necessárias para criar no corpo a retomada das semânticas, cujas vibrações possibilitem a ativação dos nossos invisíveis, do nosso sangue, do nosso espírito. Estamos muito felizes em poder balançar através dos tempos”, finaliza Tamires.

SERVIÇO:
Apresentação: 9 a 12 de maio de 2024 / Horário: 5ª feira a domingo, sempre às 20h
Local: Sesc Copacabana / Teatro Arena
Endereço: Rua Domingos Ferreira, 160 – Copacabana
Ingressos Gratuitos – retirados no local
Classificação Indicativa: Livre

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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