- Publicidade -

Furiosa: Uma Saga Mad Max é uma experiência sensorial viciante e energética

Publicado em:

Furiosa: Uma Saga Mad Max reflete sobre a obra de Roland Barthes

Antes de chegar ao cinemas pelo mundo, Furiosa: Uma Saga Mad Max, foi exibido no Festival de Cannes com ovação de pé, que durou sete minutos. Merecido! O novo filme da franquia distópica criada por George Miller e Byron Kennedy em 1979, que conta sobre o passado da Imperatriz Furiosa, chega aos cinemas discutindo o comportamento humano diante da guerra pelo poder.

Furiosa: Uma Saga Mad Max

Imperatriz Furiosa foi introduzida com Charlize Theron em Mad Max: Estrada da Fúria (2015) que retorna em versão mais jovem interpretada por Anya Taylor-Joy. Agora, a obra entrega sonoridade catártica com um enredo sobre uma guerra distópica, sem fim. Furiosa foi sequestrada de seu lar, o Lugar Verde de Muitas Mães, por uma grande horda de motoqueiros, liderada pelo senhor da guerra, Dementus (Chris Hemsworth). Cruzando Wasteland, eles alcançam a Cidadela, dominada pelo Immortan Joe (Lachy Hulme). Enquanto os dois tiranos disputam o domínio, Furiosa se vê envolvida em uma batalha incessante para retornar ao seu lar.

É de se esperar que o ambiente criado por Miller exija interpretações extremas, Anya Taylor-Joy veste bem a personagem diante de uma atuação versátil, mas cabe a Chris Hemsworth surpreender o publico com sua atuação, embaixo de uma prótese e muita maquiagem. Aliás, nesse quesito o longa apresenta personagens muito bem caracterizados, nos fazendo não só adentrar a este universo, mas também esquecer completamente os rostos de seus atores.

São mais de duas horas que passam muito rápido, a montagem em momento algum, deixa a peteca cair, apresentando uma obra com ritmo alucinante assim como sua trama. Obviamente que referências à Estrada da Fúria são necessárias.

Esteticamente primoroso, com uma fotografia catártica, Furiosa: Uma Saga Mad Max leva a imensidão do deserto a uma batalha sem fim sobre questões sociológicas e antropológicas à serem discutidas. O sistema semiológico vai muito além das relações naturais, é uma briga eterna por poder. Segundo Roland Barthes, a análise semiológica é um discurso escolhido pela história, que é roubado, e surge em uma situação de conflito, esse é um dos pontos da saga Mad Max. Vendo desta forma, pode ser ver que tanto a obra de Barthes como Mad Max transmitem valores e ideologias que dão ênfase a um espetáculo sobre uma conciliação com a crítica histórica. Em “Mitologias”, Barthes oferece instrumentos de interpretação da realidade para que o leitor possa intervir no mundo em que vive. Embora, o texto de Barthes seja sobre a França dos anos 50, seus ensaios dialogam diretamente com as sociedades ocidentais contemporâneas atuais.

Fato é, todos os elementos que constroem a narrativa de Mad Max acompanham a ambientação épica de forma primorosa, com muitas camadas sobre o comportamento da sociedade a serem discutidas. Além disso, a trilha sonora criada por Tom Holkenborg é impactante, contribuindo ainda mais nessa experiência sensorial viciante e energética. Junto a isso, Furiosa: Uma Saga Mad Max é pura overdose de ação, com sequencias explosivas de deixar o espectador boquiaberto.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

Mais Notícias

Nossas Redes

2,459FansGostar
216SeguidoresSeguir
125InscritosInscrever
4.310 Seguidores
Seguir
- Publicidade -